Três pessoas são detidas em protesto contra sistema carcerário em Fortaleza

Um vídeo mostra PMs detendo meninas que seguravam cartazes. Anistia Internacional Brasil considerou ação policial com "uso excessivo e desproporcional da força"

Escrito por Redação ,
Ação de policiais foi registrada pela população
Legenda: Ação de policiais foi registrada pela população
Foto: Reprodução/YouTube

Um protesto na capital cearense acabou com a detenção de três pessoas, na tarde desta sexta-feira (20). A manifestação reuniu um grupo de pessoas contra as condições dos presídios do Ceará, em frente a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Um vídeo que circula nas redes sociais, mostra policiais militares agindo contra manifestantes que seguravam cartazes. Os militares usaram spray de pimenta e dispararam balas de borracha. Nas imagens é possível ver até uma freira socorrendo as garotas. 

A SAP informou, por meio de nota, que os manifestantes obstruíram a rua de acesso ao órgão e desrespeitaram o perímetro de segurança estabelecido pelos policiais militares e que, por conta disso, houve a necessidade do uso de equipamentos de 'controle de distúrbios' para a dispersão. As três pessoas detidas na manifestação foram levadas à Delegacia. 

Veja ação policial durante manifestação:

A Anistia Internacional Brasil se manifestou sobre o assunto com uma carta aberta. No documento, a entidade cobra do governo do Estado uma investigação sobre o caso em relação ao que considera "uso excessivo e desproporcional da força na dispersão da manifestação", com disparos por parte dos policiais e uso de gás. Criticou ainda o fato de uma manifestante ter sido detida quando caminhava em sentido contrário ao dos policiais. 

“Os órgãos de segurança pública, como representantes do Estado, têm a obrigação de respeitar e proteger os direitos humanos no policiamento de manifestações e protestos, particularmente o direito à liberdade de expressão e de associação, os direitos à vida, liberdade e segurança pessoal e o direito a ser livre de tortura ou qualquer outro tratamento cruel, desumano ou degradante”, declarou Alexandra Montgomery, Diretora de Programas da Anistia Internacional Brasil.

A Polícia Militar disse que, conforme procedimento padrão, vai apurar a conduta dos PMs envolvidos na abordagem. 

 

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