Tragédia em Milagres: parentes dos mortos amargam o prejuízo de veículos e negócios

Desafio de retomar as vidas após a perda dos parentes é amplificado pelas questões financeiras que ficaram pendentes após a ação policial

Escrito por Melquíades Júnior , melquiades.junior@diariodonordeste.com.br
Legenda: Os seis reféns, sendo cinco da mesma família, foram mortos após operação policial, em Milagres
Foto: JL Rosa

Não bastasse a tragédia da perda dos parentes, os familiares dos seis reféns mortos em Milagres, na madrugada de 7 de dezembro, convivem com a dor e o desafio de retomar suas vidas, apesar das ausências. Mas não tem sido nada fácil.

A Magalhães Informática, loja do empresário João Batista, no centro de Serra Talhada, em Pernambuco, não ficou aberta por mais de duas semanas após a tragédia. João Batista era o grande responsável pelo sucesso do negócio, uma atividade comercial que ele exerceu por mais de 20 anos, desde São Paulo, onde morou. O empresário fazia viagens de rotina à região Sudeste para trazer novidades. Tinha o apoio de Cícero Tenório, que em 6 de dezembro chegava no aeroporto de Juazeiro do Norte com esposa e filho.

Também o veículo da família, uma Ford Ranger tomada pelos criminosos durante a tentativa de roubo aos bancos, teve declarada perda total. Além disso, celulares dos reféns ainda estão de posse da investigação, recolhidos que foram para perícia.

Celta marcado pela violência

Familiares de Edneide Cruz, em Brejo Santo, conseguiram de volta o Celta, este usado pelos criminosos, também onde morreram a própria Edineide e um dos suspeitos dos ataques. Mas Genário Laurentino, o irmão, precisou custear desde o reboque na delegacia até os consertos no veículo, que não apagam as marcas da violência: tiros por todos os lados. Pelo menos um deles furou o tanque de combustível, que precisou ser remendado, demandando custos altos, mais complicado para uma família simples de agricultores.

Os seis reféns, sendo cinco da mesma família, foram mortos após operação policial que frustrou roubo a dois bancos no centro de Milagres, no Cariri, em 7 de dezembro de 2018. Oito criminosos também morreram e quatro suspeitos foram presos.

Legenda: Família teve prejuízo no comércio e veículos destruídos durante tiroteio
Foto: Thiago Gadelha

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