Suspeitos de fraudarem a Operação Carro-Pipa no município de Salitre são presos

Foi detectado que dois carros-pipas portavam mais de um rastreador; Foram apreendidos 10 equipamentos que mediam a quilometragem

Escrito por Redação ,
Legenda: A polícia suspeita que devido ao número de rastreadores apreendidos, pelo menos 10 pessoas estejam envolvidas na fraude.
Foto: Foto: Paulo Henrique Rodrigues

Três pessoas foram presas, na manhã desta quarta-feira (6), em uma operação deflagrada pela Polícia Militar por fraude no programa Operação Carro-Pipa. A PM organizou a ação na rodovia CE-187, no Município de Salitre, no sul do Estado. A ofensiva foi desencadeada às 8h quando dois caminhões do programa de abastecimento de água foram parados portando rastreadores de outros carros-pipa. 

Os agentes descobriram que dois carros-pipas portavam mais de um rastreador. Um dos caminhões estava com oito equipamentos que medem a quilometragem, quando apenas um era regular. O outro tinha dois equipamentos. Foram apreendidos ao todo, 10 rastreadores. A Delegacia da Polícia Federal de Juazeiro do Norte, responsável pelo caso, suspeita que, pelo menos, 10 pessoas estejam envolvidas na fraude, devido ao número de rastreadores apreendidos,. 

Segundo o delegado do caso, Ricardo Matias, foi a própria população que denunciou o caso à polícia, reclamando da qualidade da água que estava sendo distribuída. “A Polícia montou uma barreira porque já conhece como é a fraude e apreendeu dois suspeitos”, explicou. “Os homens foram presos em flagrante, mas provavelmente serão liberados por não terem antecedentes criminais. Eles devem responder por estelionato e formação de quadrilha. Os autos do processo serão encaminhados para o Exército Brasileiro, órgão que fiscaliza o programa. Eles é que podem mensurar o valor do prejuízo e há quanto tempo acontece essa fraude", conclui. 

Entenda a fraude 

A fraude já é conhecida, como aponta o delegado Ricardo Matias, que recebeu o caso. Ela consiste em utilizar mais de um GPS por veículo com a intenção de economizar combustível. Os pipeiros, como são chamados os motoristas que dirigem estes caminhões, levavam vários aparelhos de GPS em cada viagem, ludibriando o sistema de monitoramento, uma vez que o pagamento se dá pela quilometragem rodada.  

A ação consiste em não realizar o deslocamento para buscar água em um manancial credenciado pelo Exército Brasileiro. Um caminhão pipa acabar por levar vários rastreadores e depois passa o cartão como se tivesse pego água naquele manancial cadastrado. Os pipeiros quando retornavam à cidade retiravam os rastreadores do caminhão e colocavam nos outros que iam buscar água em mananciais não autorizados, que ficam próximos aos locais de distribuição.  

“Ocorre que esses mananciais que não são fiscalizados provavelmente têm uma água contaminada que é distribuída para a população, ludibriando o programa”, pontua o delegado, que finaliza: “talvez a gravidade seja maior por ser uma água oferecida para a população, por estarem tirando água de mananciais não credenciados e não fiscalizados, ou seja, essa água não tem qualidade, talvez esteja contaminada e estava indo para pessoas carentes que não têm condição de tratar a água”. 

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