Sob suspeita de embriaguez, sargento sai de casa de show e dispara em via pública; CGD apura conduta

O PM foi preso em flagrante, mas solto em audiência de custódia. O suspeito negou ter efetuado os disparos

Escrito por Emanoela Campelo de Melo , emanoela.campelo@svm.com,br
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Legenda: A CGD instaurou sindicância contra o sargento alegando negligência e imperícia
Foto: Fabiane de Paula

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) apura a conduta de um policial militar, preso em flagrante por disparar em via pública após sair de uma casa de show. A CGD instaurou sindicância contra o sargento alegando negligência e imperícia devido ao disparo efetuado de forma desnecessária.

O caso foi registrado na madrugada do dia 23 de maio de 2022. Conforme testemunhas, o policial estava em um veículo modelo Classic, de cor preta, acompanhado de mais cinco pessoas. O grupo trafegava pelo bairro Panamericano, em Fortaleza, após ter saído de uma casa de shows, quando dois disparos de arma de fogo foram efetuados.

Um outro PM estava na via e observou o carro passar. Na versão da vítima, um dos disparos foi em sua direção, tendo ele revidado o tiro e registrado a ocorrência via Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops). Ocupantes do veículo Classic passaram a ser perseguidos e foram abordados mais a frente, tendo a vítima reconhecido o atirador.

Já na abordagem, militares em diligência localizaram a pistola, com seis munições, sendo duas deflagradas. As testemunhas foram unanimes ao apontar quem foi o autor dos disparos: o sargento.

O militar suspeito negou ter pego na arma depois de sair da casa de shows. Já na delegacia, o sargento prestou depoimento afirmando que tinha ingerido bebida alcoolica e, por isso, nem tocado na arma.

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A versão do suspeito é que ele deixou a arma no chão do automóvel e todos os ocupantes viram o revólver. Ele não soube dizer quem teria pego a arma e efetuado os disparos em via pública.

Para a CGD, a atitude feriu "valores fundamentais determinantes da moral militar estadual insculpidos" e se faz necessária a sindicância administrativa para apurar as condutas atribuídas.

O sargento detido em flagrante passou poucas horas na prisão. Em audiência de custódia, o juiz decidiu pela liberdade do suspeito e determinou que ele não se ausente da comarca onde reside, sem autorização judicial.

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