Seqüestrador solto por ´falha´ judicial

Uma semana depois que a Polícia cearense foi surpreendida com a notícia da libertação de Estefânia Sales Rocha, apontada pelas autoridades policiais como a chefe de uma quadrilha de seqüestradores, novo desdobramento judicial colocou em liberdade, desta vez, o companheiro dela, Juan Pablo de Loiola Bilar, também tido como um dos ´cabeças´ da organização criminosa.

Juan Pablo Bilar estava preso há sete meses, depois que teve a custódia preventiva decretada pela Justiça. O casal agora voltou à liberdade por decisão do juiz substituto da 12ª Vara Criminal da Capital. Com os dois acusados na rua, a Polícia Civil entrou em alerta diante da possibilidade de a quadrilha voltar a agir em Fortaleza, praticando novos seqüestros contra empresários e seus familiares. A Divisão Anti-Seqüestro (DAS) já foi avisada da libertação do casal.

Um dos advogados de Bilar chegou, ontem, a telefonar para o titular da DAS, delegado Andrade Júnior, para informar que seu cliente estava saindo do presídio. Ele teria sido solto por conta de uma ´falha judicial´, isto é, não foi citado pela Justiça para tomar conhecimento oficial de que fora denunciado pelo Ministério Público (MP). Esta ´falha´ ensejou aos advogados de defesa requerer a libertação do bandido.

Estefânia também está novamente em liberdade por força de uma decisão judicial. No ano passado, seus advogados haviam ingressado no Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) com um pedido de habeas corpus. O recurso foi parar na Segunda Câmara Criminal, através do processo de número 2008.0031.4525-1/0.

Na consulta processual junto ao site do TJ consta agora que a última movimentação do recurso ocorreu no dia 26 último, em que foi encaminhada ao TJ uma petição ´requerendo extinção do habeas corpus´. O impetrante foi o advogado Ângelo Rodrigues Gadelha Moreira. No TJ, o pedido de habeas corpus teve como relatora a desembargadora Maria Sirene de Souza Sobreira e como revisora a desembargadora Maria Lúcia do Nascimento Fiúza Bitú.

A quadrilha chefiada por Estefânia e seu amante Juan Pablo de Loiola Bilar, segundo a DAS, foi a responsável pelo seqüestro de um estudante de 17 anos, filho de um empresário do ramo de automóveis, calçados e construção civil. O garoto foi arrebatado dentro do colégio, no Papicu, no dia 26 de junho do ano passado. A família pagou o resgate.

Estefânia veio à Redação do Diário do Nordeste, na última terça-feira, e negou ser a chefe do bando. Negou também ter usado documentos falsos.