Seis homens são presos por morte de agente penitenciário; suspeitos são membros de uma facção
A vítima estava na companhia de cinco amigos e dava carona para o grupo, quando entrou em uma comunidade no Bairro Papicu e foi abordada pelos suspeitos
Seis integrantes de uma facção criminosa foram presos pela morte do agente penitenciário Paulo Vitor Passos Teixeira, 25 anos. Entre os suspeitos há um motorista de aplicativo. De acordo com a investigação policial, Paulo Vitor morreu unicamente pela condição de ser profissional da segurança pública, após entrar com o carro sem querer em uma comunidade no Bairro Papicu, quando voltava de carro do aniversário da namorada, neste domingo (1º).
A vítima estava na companhia de cinco amigos e dava carona para o grupo, quando entrou em uma viela na comunidade, guiado pelo GPS. O crime ocorreu por volta das 22h, na esquina da Rua Pereira de Miranda com Rua César Fonseca.
“A priori, não vislumbramos que ele foi abordado para ser roubado. O que pareceu, de fato, é que eles fizeram uma abordagem acreditando que poderia ser algum outro indivíduo criminoso, algo do tipo. Agora, a morte dele se deu em razão da condição de agente público”, informou a polícia.
Correu ao ver que arma foi encontrada
Os homens responsáveis pela morte do agente são membros de uma facção criminosa originária de Fortaleza. Conforme a polícia, os suspeitos mandaram o agente e os amigos descerem do carro e os ameaçaram, acreditando que seriam integrantes de alguma facção rival ou mesmo policiais militares.
As vítimas foram revistadas e chegaram a ser fotografadas pelos criminosos.
O agente foi morto a tiros ao tentar escapar dos suspeitos correndo, depois que os criminosos encontraram sua arma dentro do carro. Paulo Vitor foi perseguido e baleado por dois dos homens presos.
Após o crime, os amigos do agente conseguiram escapar e acionaram a polícia.
Motorista de app ajudou na fuga
O grupo criminoso foi capturado horas depois, com ajuda de imagens de câmeras de segurança da rua, que mostraram o momento do homicídio, quando os dois suspeitos correm atrás da vítima. Ao identificar a dupla, a polícia chegou aos demais integrantes do grupo criminoso.
Um dos suspeitos é motorista de aplicativo, presenciou o crime e deu fuga aos autores dos disparos contra o agente, segundo a polícia. Pelas imagens, a polícia identificou que o motorista acompanhou toda a ação na comunidade e logo após os tiros buzinou para dar fuga aos autores dos disparos. Ele não estava atuando pelo app no momento do crime.
Os autores fugiram para um bar após o assassinato, no Bairro Jangurussu, com ajuda do motorista.
Um cerco foi montado no bar e os suspeitos foram presos ao tentar fugir a pé. Eles estavam com a arma usada para matar o agente penitenciário, um revólver calibre 38.
Arma do agente
Outro envolvido no caso é o administrador do bar, onde estava escondida a arma do agente penitenciário.
Os outros dois criminosos presos participaram da abordagem às vítimas na comunidade, como relataram as testemunhas à polícia.
Entre os presos há dois homens de São Paulo e um de Mato Grosso. A polícia acredita que eles tenham vindo ao Ceará para atuar no tráfico de drogas. O motorista de aplicativo, que não tinha antecedentes criminais, seria responsável por fazer a entrega do entorpecente, conforme a investigação policial.
Os seis suspeitos foram autuados por organização criminosa. Alguns vão responder ainda por homicídio qualificado e posse ilegal de arma de fogo.