Policial civil morre atropelado após desviar de motoqueiro e colidir carro em Caucaia

Agente tentou interceptar motoqueiro, mas se desequilibrou e foi colhido por outro veículo após cair

Escrito por Redação ,
Viaturas das polícias Militar e Rodoviária Federal em frente a delegacia na Jurema
Legenda: Após ser detido pela população, motoqueiro foi encaminhado pela Polícia a delegacia no bairro Jurema
Foto: Leábem Monteiro

Um policial civil morreu, na manhã desta quarta-feira (11), em Caucaia após uma sequência de acidentes de trânsito. Isso porque o agente se envolveu em uma colisão ao tentar desviar de um motoqueiro e, depois, foi atropelado por outro veículo.

Informações preliminares obtidas com a Polícia Rodoviária Federal no Ceará (PRF-CE) indicam que o policial civil, identificado como Victor Regus e Silva, 48 anos, estava dirigindo um veículo da marca Citroen na BR-222, no sentido Caucaia-Tabapuá. Na altura do viaduto existente na rodovia, próximo à Lagoa do Tabapuá, um motoqueiro passou na frente do carro do agente.

Citroen preto parado em via
Legenda: Policial civil saiu de seu carro intentando interpelar motoqueiro
Foto: Leábem Monteiro

Ao tentar desviar da motocicleta, o policial bateu em outro carro. Após a colisão, o agente saiu do veículo com o intuito de interceptar o motoqueiro, que teria subido no canteiro e atravessado a via para pegar a outra pista, no sentido Metrópole-Tabapuá.

Segundo a PRF, o policial tentou segurar o veículo do motoqueiro pela parte traseira. Para tentar se desvencilhar, o condutor da motocicleta a empinou, desequilibrando o agente civil, que caiu no chão. Após a queda, o policial foi atropelado por um carro que transitava na via, morrendo ainda no local.

Já o Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Ceará (Sinpol-CE) apresentou outra versão para o caso. Segundo a instituição, houve outro acidente na via, e o policial teria identificado a moto como causadora da ocorrência. Ao realizar os procedimentos iniciais, Victor teria se desequilibrado ao segurar a moto, que entrou em movimento em dado momento.

Nessa versão, o policial não teria se envolvido em uma colisão provocada pela ação do motoqueiro — o acidente já tinha ocorrido antes de ele chegar. O motoqueiro acelerou a moto de forma involuntária, sem intenção de fugir do local ou agredir o policial.

De acordo com a PRF-CE, o motoqueiro foi detido por testemunhas que estavam nas proximidades, sendo encaminhado, após a chegada da Polícia, para o 18ª Distrito Policial (DP), no bairro Jurema. Policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA), onde Victor Regus atuava, foram ao local do acidente, além da Perícia Forense do Ceará (Pefoce).

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Conforme policiais que acompanharam a ocorrência, a motorista do carro que atropelou o agente ficou em estado de choque após o acidente. Com o veículo, ela foi levada à delegacia, onde foi ouvida sobre o caso acompanhada por advogados.

A defesa da condutora, em nota, lamentou o óbito do policial e tratou o caso como uma "fatalidade". "Ela [a motorista], infelizmente, acabou sendo surpreendida, pelo fato de que, no exato momento em trafegava pela via, a vítima caiu na mesma", afirma, tratando o acidente como "inevitável".

A defesa acrescenta que a motorista prestou depoimento como testemunha e foi liberada de imediato.

Motoqueiro desabilitado

Agentes da PRF-CE afirmaram que a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do motoqueiro está vencida desde 2017. Além disso, o motociclista não era habilitado para conduzir motos — ele tinha autorização apenas para carros, na categoria B.

A Polícia Civil do Ceará (PCCE), em nota, lamentou profundamente a morte do agente, membro da Corporação desde 2006, na qual atuava como inspetor-chefe.

"Neste momento de dor, a Polícia Civil se solidariza com todos os familiares e amigos e reconhece os relevantes serviços prestados à sociedade cearense pelo policial civil que tanto contribuiu no combate à criminalidade no Ceará", diz o texto.

 

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