Justiça retira tornozeleira eletrônica de PM acusado de duplo homicídio

Dois policiais militares são réus pelo assassinato de dois jovens, após uma briga em uma festa, em Fortaleza

Escrito por Redação ,

A Justiça Estadual retirou a tornozeleira eletrônica do soldado da Polícia Militar do Ceará (PMCE) Samuel Ferreira Magalhães, acusado junto de outro PM de cometer um duplo homicídio, no bairro Mondubim, em Fortaleza.

A decisão foi proferida pela 1ª Vara do Júri de Fortaleza, no dia 19 de dezembro do ano passado, e publicada no Diário da Justiça Eletrônico da última segunda-feira (11).

Conforme o magistrado, a decisão de revogação da medida cautelar de Ferreira se baseou na "similitude fática com o corréu Willamy Félix Amaral", ou seja, o outro policial militar denunciado pelo crime também teve o monitoramento eletrônico retirado. O Ministério Público do Ceará (MPCE) foi de acordo.

Entretanto, o soldado tem de continuar cumprindo as outras medidas cautelares: proibição de manter contato por quaisquer meios com as vítimas sobreviventes e testemunhas do processo; recolhimento domiciliar das 20h às 6h do dia seguinte, salvo para exercer sua atividade laboral e ter atendimento médico; comunicação de eventual mudança do endereço; e e) comparecimento a todos os atos processuais para o qual for intimado.

A defesa de Samuel Ferreira, representada pelo advogado Kaio Castro, lembra que "ainda em julho do ano passado nosso cliente teve sua prisão preventiva revogada, sendo o primeiro acusado a ter reconhecida a desnecessidade da manutenção da segregação, porém com a imposição de medidas cautelares. Entretanto, assim como nas prisões, a medida do monitoramento eletrônico necessita de fundamentação em dados concretos para a sua continuidade, dados estes  que demonstramos não persistirem, em conjunto com a isonomia".

Crime ocorreu após briga em festa

De acordo com a denúncia do MPCE, os dois policiais militares, em uma motocicleta, perseguiram e executaram os jovens Francisco Augusto Militão da Silva, de 18 anos, e Willian da Silva Cunha, 21, no cruzamento das ruas General Onofre e 26º Batalhão, na madrugada de 11 de janeiro de 2020. Um terceiro jovem ainda foi baleado. O motivo do crime seria uma confusão ocorrida em uma festa, também no Mondubim.

Um quarto jovem, identificado como Leonardo de Sousa Soares, amigo dos três baleados naquela ação criminosa, testemunhou o tiroteio. Ele prestaria depoimento à Polícia Civil sobre o duplo homicídio no dia 14 de janeiro do ano passado, mas foi assassinado no dia anterior. O caso e a possível ligação com as outras execuções são investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

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