Justiça nega pedido de liberdade de advogado acusado de integrar facção criminosa

Também foi rejeitada a devolução de um aparelho celular do réu. A defesa informa que irá recorrer ao STJ

Escrito por Redação ,
Advogado está preso em presídio em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza
Legenda: Advogado está preso em presídio em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza
Foto: Cid Barbosa

A Vara de Delitos de Organizações Criminosas, da Justiça Estadual, negou um pedido de liberdade do advogado Alaor Patrício Júnior, acusado de integrar uma facção criminosa carioca, de posse irregular de arma de fogo de uso permitido e de tráfico de drogas. A defesa de Alaor contesta a decisão e informa que irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A decisão de manter o advogado preso foi proferida no último dia 5 de abril e publicada no Diário da Justiça Eletrônico do dia 9 deste mês. Na última terça-feira (27), também foi publicada outra decisão da Vara de Delitos de Organizações Criminosas contrária a Alaor Patrício, que rejeitou devolver o aparelho celular do acusado.

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O colegiado de juízes concluiu, para recusar o relaxamento da prisão preventiva, que "a custódia provisória do suplicante não está embasada tão somente em meras suposições de risco à garantia da ordem pública ou na gravidade em abstrato do delito de tráfico de entorpecentes, mas na evidente periculosidade demonstrada pelo acusado".

Já a manutenção da apreensão do celular do advogado se deu porque "permanece o interesse da apreensão do referido aparelho celular para a instrução criminal", segundo a decisão judicial.

Alaor Patrício Júnior foi detido por força de mandado de prisão preventiva, em investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas (Draco), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), em 10 de março último. O Diário do Nordeste teve acesso a vídeos levantados pela investigação, nos quais o advogado aparece ostentando drogas e armas de fogo. Assista às imagens:

Esta foi a terceira vez que Alaor foi detido em menos de dois anos. A primeira vez foi uma prisão em flagrante, na saída de um presídio da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), na posse de aproximadamente 20 bilhetes com mensagens de membros de facções criminosas, em setembro de 2019. A segunda detenção aconteceu na posse de 18 gramas de maconha, em uma abordagem policial, em dezembro daquele ano. O advogado esteve em prisão domiciliar por 14 meses, sendo monitorado por tornozeleira eletrônica.

Defesa irá recorrer

O advogado Marcelo Brandão, que representa a defesa de Alaor Patrício Júnior, informa que irá recorrer ao Superior Tribunal de Justiça. "Meu cliente passou mais de um ano preso com monitoramento eletronico. Durante esse ano todo, ele não praticou nenhuma falta disciplinar. E o juiz determina outro mandado de prisão preventiva. Isso é um absurdo", lamenta.

O advogado de defesa questiona a ausência de fato novo para motivar a última prisão do cliente. "Se o mandado de busca e apreensão encontrasse droga ou arma, mas nada disso aconteceu", pontua.

Segundo Brandão, o cliente se envolveu com uma organização criminosa para alimentar um vício de droga. Ao ter a chance de responder em prisão domiciliar, Alaor estava se recuperando e se preparando para voltar a trabalhar como advogado. "Ele é um jovem, com uma vida toda pela frente. Você conversando com ele hoje, é outro cidadão", afirma.

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