Grupo vira réu na Justiça por tentativa de chacina no Vila do Mar, em Fortaleza

Três pessoas morreram e outras duas ficaram feridas. O crime aconteceu em fevereiro deste ano e o caso integra o programa 'Tempo de Justiça'

Escrito por Redação , seguranca@svm.com.br
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Legenda: O crime aconteceu em via pública, no dia 15 de fevereiro de 2021
Foto: Leábem Monteiro

A Justiça acolheu denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) contra cinco acusados de participarem da tentativa de chacina no Vila do Mar, em Fortaleza. Isabelly de Souza Silva, Ewerton Martins da Silva, Nailson Andrade dos Santos, Joicilane Nascimento Ferreira e Antonio Mariano Neto viraram réus pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e organização criminosa.

O crime aconteceu em fevereiro deste ano e revoltou a população devido à brutalidade com a qual os acusados agiram. Três pessoas foram assassinadas e pelo menos outras duas ficaram feridas. Uma das vítimas foi estrangulada com uma corda. A motivação para o fato, conforme a investigação, foi rivalidade entre facções criminosas.

Já neste mês de março, a juíza Danielle Pontes de Arruda Pinheiro, da 1ª Vara do Júri na Comarca de Fortaleza, decidiu receber a denúncia, assim como manter os denunciados em prisão preventiva. Na peça acusatória do caso, que integra o programa Tempo de Justiça, o MPCE pontuou que a prova das autorias estão substanciadas nos depoimentos de testemunhas e declarações das vítimas.

"Ainda não é possível, nesse momento, precisar a forma como cada um dos denunciados agiu quando da prática delitiva, sendo certo, porém, que todos eles, de algum modo, concorreram para a prática delitiva. Essas circunstâncias, pois, serão esclarecidas em sede de instrução processual, já que uníssono e pacífico o entendimento dos Tribunais Superiores no sentido de que, nos crimes de autoria coletiva, é desnecessária a descrição pormenorizada da conduta de cada um dos envolvidos, bastando-se comprovar, para o oferecimento de denúncia, o vínculo entre o acusado e a produção do resultado naturalístico", conforme trecho da denúncia assinada na 108ª Promotoria de Justiça de Fortaleza.

Assassinatos

Foram mortos Bruno Evangelista dos Santos, Mateus Evangelista dos Santos e Rebeca Nicolle de Lima Silva. Duas amigas do trio ficaram feridas e um terceiro amigo fugiu dos criminosos.

Um sobrevivente da ação criminosa reconheceu à Polícia que ele e os outros amigos atacados são simpatizantes de uma facção carioca e, ao chegarem em um local onde estava acontecendo uma festa, um deles gritou de dentro de um veículo de aplicativo "aqui é tudo dois, do PA (Padre Andrade)".

Os jovens foram retirados a força do automóvel, espancados e baleados. Duas jovens, de 24 e 16 anos (uma delas foi até baleada), sobreviveram aos ferimentos e foram levadas ao hospital. Outro jovem conseguiu correr dos criminosos, em um momento de dispersão, pediu ajuda a um casal para pedir um veículo de aplicativo e chegou em casa. O motorista que levou o grupo até a suposta festa também foi liberado pelos criminosos, após ter a chave do automóvel retida.

Fichas criminais

O réu Ewerton da Silva já tinha passagem na Polícia anteriormente por receptação. Antônio Mariano já foi condenado por homicídio e porte ilegal de arma de fogo e ainda responde na Justiça a processos por porte ilegal de arma de fogo, tráfico de drogas e associação para o tráfico. Mariano era monitorado por tornozeleira eletrônica no dia da tentativa da chacina.

Os outros três denunciados não tinham antecedentes criminais. Joicilane Ferreira chegou a pedir para ser mantida em prisão domiciliar, alegando ter dois filhos menores de 12 anos de idade. A juíza negou o pedido destacando que a "primariedade e demais circunstâncias eventualmente favoráveis não são suficientes para afastar o decreto prisional, devendo ser ressaltado que até mesmo com a prática de um só delito, pode surgir a necessidade de segregação provisória, justificada pela gravidade do crime e pelas circunstâncias relacionadas com a ação criminosa".

 

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