Falsificação de atestado de óbito e clonagem de carimbo médico; entenda golpe que avança no Ceará

Médico teve carimbo clonado por quadrilha que falsifica atestados de óbito. Polícia Civil investiga o caso

Escrito por Emanoela Campelo de Melo , emanoela.campelo@svm.com.br
pcce crateus
Legenda: A vítima prestou Boletim de Ocorrência e o caso passou a ser investigado pela Polícia Civil do Ceará
Foto: Divulgação/PCCE

Uma quadrilha de falsificadores vem fazendo vítimas no Interior do Ceará. A reportagem do Diário do Nordeste apurou que médicos passaram a se deparar com os próprios carimbos, com características de adulteração. A farsa teria como objetivo final driblar seguradoras e conseguir ter acesso aos valores dos seguros de vida das pessoas mortas.

O caso mais recente envolve um médico que atua na cidade de Nova Russas. A vítima se deparou com um atestado de óbito que, supostamente, ela quem teria assinado e colocado o número do Conselho Regional de Medicina (CRM). A Polícia Civil confirma que investiga a denúncia de estelionato. 

O médico, de nome preservado, conta que uma agente de endemia questionou a declaração de óbito, que não apresentava os termos necessários para registro. Quando o homem viu o documento, notou que faltava uma letra do seu nome.

A vítima estranhou e junto a agente buscaram localizar dentro da unidade de saúde o número da declaração de óbito, que não foi encontrado. Foi então que descobriram a farsa.

Nenhum suspeito foi localizado até então

INVESTIGAÇÃO

O caso foi reportado à Polícia Civil do Ceará. O médico prestou Boletim de Ocorrência na Delegacia de Crateús e agora alerta para que outros colegas de profissão se atentem à possível existência dos nomes e carimbos estarem ligados a falsos documentos.

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"A seguradora disse que tem uma quadrilha fazendo isso para pegar os seguros de vida. Desconfio onde pegaram meu carimbo para falsificar e agora peço respostas à Polícia", sustentou a vítima.

A reportagem entrou em contato com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) questionando se a instituição tem conhecimento do golpe aplicado no Ceará e quais práticas devem ser adotadas para tentar se proteger. Até a publicação desta matéria, a Federação não respondeu.

Segundo a PCCE: "Oitivas e diligências estão em andamento visando identificar a autoria. A PC-CE salienta a importância das vítimas registrarem o caso por meio do Boletim de Ocorrência (BO). As informações auxiliarão os investigadores a identificar a autoria dos crimes", disseram.

A Polícia alerta que a população pode contribuir com as investigações repassando informações que auxiliem os trabalhos dos investigadores: "As informações podem ser direcionadas para o (88) 3692-3308, o número da Delegacia Regional de Crateús. O sigilo e o anonimato são garantidos".

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