Corpo de transexual cearense é velado no bairro Jardim Iracema

Larissa Rodrigues, 21, morreu na noite do último sábado (4) em São Paulo. A família da jovem conversou com o Sistema Verdes Mares e pediu que a Justiça seja feita o mais rápido possível para evitar que o criminoso faça novas vítimas

Escrito por Redação ,
Legenda: Larissa visitava a família em Fortaleza de três em três meses
Foto: (Foto: arquivo pessoal)

O corpo da transexual Larissa Rodrigues da Silva, de 21 anos, chegou ao Ceará na tarde de ontem e foi velado no bairro Jardim Iracema. A jovem cearense de 21 anos foi assassinada, na noite do último sábado (4), na Zona Sul de São Paulo. O homicídio contra Larissa repercutiu em todo o Brasil devido à forma brutal com a qual ela foi morta. De acordo com a investigação, a vítima sofreu diversas pauladas.

Testemunhas teriam dito aos policiais que por volta das 21h do sábado, Larissa e uma amiga estavam na rua quando um homem, ainda não identificado, passou em um carro e fez piadas. Larissa teria respondido aos comentários e o homem retornado. O agressor saiu do automóvel, foi em direção à vítima e começou a dar pauladas na cabeça dela.

A transexual deu entrada em uma unidade hospitalar com politraumatismo no tórax e no crânio. Instantes depois, a morte da jovem foi confirmada. Conforme parentes, Larissa estava trabalhando quando foi abordada. Rosana Rodrigues, irmã da vítima, contou que Larissa morava na Capital paulista desde os 17 anos e viajou para ajudar a família, que reside em um bairro na periferia de Fortaleza.

Em entrevista ao Sistema Verdes Mares, Rosana disse que a irmã enviava dinheiro para ela e a mãe todos os meses. "Sempre que ela vinha em Fortaleza ela dormia comigo. Larissa era muito meiga, carinhosa e pensava nos outros. Eu podia contar muito com ela. Saí do meu emprego para cuidar da nossa mãe e ela ficou ajudando a pagar meu curso. Infelizmente, um monstro destruiu os sonhos dela. Ela é filha de gente pobre e, se o Estado não fizer nada, vai acontecer com outras. Não caiu a ficha. Só peço Justiça", afirmou Rosana.

Lembrança

Sem conseguir assimilar a morte da filha, Rosângela Rodrigues lembrou do momento em que recebeu a notícia do assassinato. De acordo com Rosângela, se não houver punição a tempo, o criminoso responsável pela morte brutal da transexual pode vir a cometer novos crimes.

"Cheguei do trabalho e fui fazer uns salgados. Tomei banho e me deitei na cama. Fui mexer no celular, dormi e acordei assustada. Tinha gente gritando aqui e perguntei o que foi. Aí desci as escadas e a minha outra filha disse: mãe, a Larissa morreu. Agora, eu só vou morrer quando eu encontrar esse indivíduo que matou a minha filha. Não vou ter minha filha de volta, mas o que ele fez com ela, vai acabar fazendo com outras. Ele xingou ela e quando ela não aceitou ele se sentiu rejeitado", disse Rosângela Rodrigues.

A irmã de Larissa acrescentou que, inicialmente, recebeu a informação de que a irmã tinha sofrido um acidente de moto, mas depois a amiga dela detalhou o fato. Segundo a família, a jovem trabalhava fazendo programas. A Polícia Civil de São Paulo disse que buscará imagens das câmeras de segurança para tentar identificar o agressor. O corpo da jovem deve ser enterrado hoje, no Cemitério Jardim do Éden.

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