Queda de ultraleve mata dois

Defeito mecânico ou de estrutura pode ter motivado o acidente. Peritos do Cenipa vão investigar o caso

Um ultraleve caiu na pista do Aeródromo Feijó, no bairro Siqueira II (Zona Sul da Capital), no final da na tarde de ontem. O piloto, Paulo Gonçalves de Oliveira, 58 anos; e o passageiro, Ericson Brígido, 32, morreram com o impacto da queda.

De acordo com Marcelo Várzea, perito credenciado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que colhia dados no local, o ultraleve de modelo Fox-2, aparentemente sofreu algum problema estrutural ou mecânico durante o vôo e caiu em rodopio, de bico.

“Amanhã (hoje), uma equipe do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) virá ao local para dar início às investigações”, explicou Marcelo Várzea aos jornalistas.

O major do Corpo de Bombeiros Luciano Vagner, que coordenava as operações no local do acidente, informou que a queda da aeronave ocorreu por volta das 17h20.

Uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a se deslocar até o aeródromo, mas nada pôde fazer. Os corpos, que estavam politraumatizados, foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML).

Populares que moram próximo ao aeródromo afirmam que viram um pedaço da asa da aeronave soltar antes da queda.

Socorro Feijó, proprietária do Aeródromo Feijó, disse que o espaço funciona há seis anos, disponibilizando a pista e hangares para o uso de proprietários de aeronaves de pequeno porte. Já Amauri Costa, presidente do Aeroclube do Ceará, ressaltou que o ultraleve de modelo Fox-2 não é homologado pela Anac. “O vôo é por conta e risco do piloto”, completou Amauri Costa.

Peritos do Instituto de Criminalística (IC) também foram chamados ao local. O caso deverá ser investigado pela Polícia Civil, através de inquérito a ser instaurado no 32º DP (Bom Jardim). Testemunhas serão arroladas, assim como técnicos em aeronáutica.

Até o final da noite, os corpos das duas vítimas do acidente continuavam no Instituto Médico Legal, mas deverão ser liberados para sepultamento ainda na manhã de hoje.

Outro caso

Na tarde do dia 11 de março de 2006, outro acidente envolvendo um ultraleve aconteceu no Aeródromo Feijó. Na ocasião, uma falha no pouso provocou a morte do passageiro Marcos Antônio Cavalcante Jerônimo.

O piloto e proprietário do ultraleve, Francisco Wagner Fernandes Gomes foi levado ao Instituto Doutor José Frota (IJF) em estado grave. O acidente aconteceu um minuto após a decolagem, quando o ultraleve perdeu altitude e bateu em um muro. Uma das asas e a frente da aeronave ficou completamente destruída.