Homem é condenado a 46 anos de prisão por matar dois primos e ferir mais duas pessoas em Fortaleza

Uma das vítimas foi morta no dia do seu aniversário. Outro réu já tinha sido sentenciado a 40 anos de prisão

Um homem, acusado de integrar uma facção criminosa, foi condenado a mais de 46 anos de prisão, pela Justiça Estadual, por matar dois primos e ferir mais duas pessoas em Fortaleza. O seu comparsa nos crimes já tinha sido sentenciado a 40 anos de prisão.

O Tribunal Popular do Júri formou maioria para condenar Marcelo de Oliveira Ribeiro por dois homicídios qualificados (por motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima), duas lesões corporais e pelo crime de integrar organização criminosa, no último dia 22 de junho.

A 5ª Vara do Júri de Fortaleza fixou a pena de 46 anos e 4 meses de prisão para o réu, que deve ser cumprida inicialmente em regime fechado.

"Considerando a gravidade concreta da conduta delitiva, tratando-se de duplo homicídio duplamente qualificado, praticado mediante surpresa, em razão de motivo torpe, e na presença de várias pessoas, entendo necessária a prisão preventiva para se acautelar a ordem pública, pelo que denego ao réu o direito de recorrer em liberdade", decidiu o juiz Raimundo Lucena Neto.

A defesa de Marcelo Ribeiro já ingressou com um Recurso de Apelação contra a sentença condenatória, no último dia 26, no qual informou que irá apresentar as razões do apelo ao Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), em busca da "verdadeira justiça".

Outro réu do processo, Felipe Alves do Nascimento também foi condenado pelo Tribunal do Júri, com uma pena de 40 anos e 3 meses de prisão, em julgamento realizado no dia 16 de março do ano passado.

Jovem foi morto no dia do aniversário

Conforme a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), Marcelo de Oliveira Ribeiro e Felipe Alves atiraram contra membros de uma família, no bairro Presidente Vargas, em Fortaleza, na noite de 10 de abril de 2020.

Adailton Rodrigues Silva, de 26 anos, e o primo dele, Jobson dos Santos Silva, 23, foram baleados e não resistiram aos ferimentos. O irmão (de 14 anos) e a namorada de Adailton - que comemorava o seu aniversário naquele dia - também ficaram feridos.

De acordo com as investigações policiais, os suspeitos integram uma investigação de origem carioca. Enquanto as vítimas "eram pessoas pacatas, não sendo envolvidas com facções, nem com qualquer atividades criminosa", mas moravam em uma região dominada por uma facção rival cearense, segundo o MPCE.