Adolescente morta na Barra

Escrito por Redação ,
Legenda: Peritos examinam o corpo da adolescente morta em plena via pública. Daniele foi atingida com vários tiros na cabeça, segundo a Polícia Militar
Foto: FOTO: NAVAL SARMENTO
A adolescente Daniele Soares Saturnino, 17, foi morta, na noite de domingo, na Zona Oeste da Capital, depois de sofrer várias ameaças, durante quatro anos. A mãe da jovem afirmou que desde os 13 anos ela era jurada de morte, mas não sabe ao certo por quem. Vizinhos revelaram que percebiam que a garota tinha receio de frequentar alguns locais públicos e se mostrava nervosa na presença de estranhos.

Na noite em que foi executada, Daniele recebeu uma ligação telefônica no celular e saiu de casa. Alguns minutos depois, por volta das 21 horas, foi encontrada morta na Avenida Coronel Carvalho, na Barra do Ceará.

Drogas

Segundo informações de familiares para a Polícia, Daniele era usuária de drogas e já havia sido apreendida, acusada de traficar entorpecentes. É possível que o crime tenha sido motivado por dívidas de drogas, ou, ´queima de arquivo´. Os atiradores não foram identificados.

A Perícia esteve no local e constatou tiros na cabeça da vítima, o que reforça a suspeita de uma execução sumária. O inquérito que vai investigar o assassinato da adolescente ficará à cargo da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Ameaçados

Na edição de ontem, o Diário do Nordeste publicou reportagem especial denunciando a crítica situação de adolescentes ameaçados de morte, que, assim como Daniele, deveriam ser protegidos por políticas públicas.

As unidades de acolhimento disponibilizadas para pessoas em situação de rua, pelo Estado e Prefeitura, não os recebem mais, alegando que eles comprometem a segurança dos demais abrigados. No Ceará, não há nenhum programa implantado que defenda crianças e adolescentes que sofrem com situações de alto risco.

O Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte (PPCAAM) está sendo estudado pela Secretaria de Justiça do Estado (Sejus), dede o ano passado. Há promessas de que este ano o projeto já possa beneficiar os menores em risco.

Existem, pelo menos, 500 menores abrigados em Fortaleza e na Região Metropolitana. Todos os órgãos de proteção e defesa que foram contatados pela Reportagem, foram unânimes em informar que no Estado não há um órgão disponível para abrigar com segurança os adolescentes ameaçados de morte. Todos, portanto, correm em alto risco.
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