Trabalho assegura ressocialização
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Redação
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Presidiários do Cariri e da zona norte estão tendo a oportunidade de participar de programas de profissionalização
Juazeiro do Norte. A ânsia da liberdade e o temor de enfrentar o mundo novo. Esse é o pensamento de quem chega na prisão e permanece envolto em apenas pensamentos, sem nada mais a fazer. A proposta de ressocialização abre perspectivas, substitui os pensamentos destrutivos pela esperança, a construção de uma nova vida. Essa possibilidade é não só testemunhada, mas vivenciada atualmente por detentos da Penitenciária Industrial Regional do Cariri (Pirc).
O pensamento agora dos novos profissionais da área de jóias e folheados, além de envolver aprendizado em outras modalidades de trabalho, é reunir o grupo e montar uma cooperativa de produção.
A fábrica-modelo da Pirc já chamou a atenção do Brasil e foi tema de reportagens no Programa Fantástico, da TV Globo, demonstrando o nível de organização e a prova da necessidade de se investir de forma diferente na recuperação e ressocialização de detentos. São cerca de 500 presidiários de várias partes do Brasil. O popular “Tourão”, localizado no Sítio Touros, em Juazeiro do Norte, até hoje, desde que foi inaugurado há mais de seis anos, não teve uma só rebelião.
A cada dia a forma de organização para trabalho de detentos dentro da penitenciária se amplia. Desde a fabricação de bolas, jóias e folheados, artesanato, com o aproveitamento de outros materiais, redes de futebol. E, agora, a pretensão é dar uma maior dimensão a horta. Uma parceria com a Escola Agrotécnica Federal está se firmando, para orientação técnica e acompanhamento dos homens que se destinam a cultivar o sonho de liberdade.
Não só o trabalho está contido no processo de ressocialização, mas há todo um acompanhamento por parte de uma equipe multidisciplinar. Assistente social, psicólogo, entre outros. Uma atenção especial para a família. A oportunidade de trabalho, como forma de educar, e encurtar os dias de cárcere. Conforme estabelece a lei, a cada três dias de trabalho ou estudo, um dia de redução da pena para o interno. Em Juazeiro do Norte, esse exemplo é plausível. A semi-liberdade para a maioria dos que pretendem realizar o sonho da cooperativa. O comportamento aqui fora vai dizer também sobre o futuro de quem tem alguns anos à frente de condenação judicial.
A grande responsabilidade de acompanhar o progresso dos detentos que trabalham na fábrica-modelo fica por conta de profissionais como assistentes sociais e psicólogos, além da administração do setor prisional. As conversas, novas perspectivas, planos futuros, horizontes se abrem e construção de novas pontes se firmam na mente dos ressocializandos. São esses os passos para a liberdade, numa economia da pena com a oportunidade de receber pelo trabalho dentro da prisão. Dentro de uma idéia que vem dando certo para casos isolados de penitenciárias, como Juazeiro do Norte, reina a falta de interesse de se investir mais no ser humano na maioria das detenções do Brasil.
A assistente social, Margareth Leite Novaes, vem desenvolvendo trabalho de acompanhamento com os detentos da Pirc. O trabalho, de acordo com ela, serve de referencial para fortalecimento dos presos, uma oportunidade de melhorar a auto-estima. O gerente-geral da Companhia Nacional de Administração Prisional (Conap), Manoel Elias, destaca a necessidade de criar um ambiente apropriado para desenvolver projetos, como vem sendo feito na Pirc, que possui um galpão industrial, onde estão em funcionamento a fábrica-modelo. “É necessário aproveitar a força produtiva, gerando novas oportunidades”, diz, ao salientar o interesse das próprias indústrias de absorção da mão-de-obra, após a liberdade.
Segundo Margareth, o maior medo de quem sai da prisão é ser discriminado, ter que recomeçar. Para isso, há uma preparação psicológica no sentido de se ter maior maturidade e não voltar a cometer crimes. A preocupação do sistema é recuperar, por meio da ressocialização. Para isso, o acompanhamento do preso e a participação importante da família. No cárcere se convive com o conflito também. São relações muitas vezes difíceis com quem está cumprindo pena. O gerente-geral diz ser necessário o despertar da sociedade para a ressocialização. De acordo com Elias, a reincidência vem pela falta de oportunidade.
Mais informações:
Penitenciária Industrial Regional do Cariri (Pirc)
Sítio Touro, Vila Presídio
Juazeiro do Norte (CE)
63.020760
ELIZÂNGELA SANTOS
Repórter
Juazeiro do Norte. A ânsia da liberdade e o temor de enfrentar o mundo novo. Esse é o pensamento de quem chega na prisão e permanece envolto em apenas pensamentos, sem nada mais a fazer. A proposta de ressocialização abre perspectivas, substitui os pensamentos destrutivos pela esperança, a construção de uma nova vida. Essa possibilidade é não só testemunhada, mas vivenciada atualmente por detentos da Penitenciária Industrial Regional do Cariri (Pirc).
O pensamento agora dos novos profissionais da área de jóias e folheados, além de envolver aprendizado em outras modalidades de trabalho, é reunir o grupo e montar uma cooperativa de produção.
A fábrica-modelo da Pirc já chamou a atenção do Brasil e foi tema de reportagens no Programa Fantástico, da TV Globo, demonstrando o nível de organização e a prova da necessidade de se investir de forma diferente na recuperação e ressocialização de detentos. São cerca de 500 presidiários de várias partes do Brasil. O popular “Tourão”, localizado no Sítio Touros, em Juazeiro do Norte, até hoje, desde que foi inaugurado há mais de seis anos, não teve uma só rebelião.
A cada dia a forma de organização para trabalho de detentos dentro da penitenciária se amplia. Desde a fabricação de bolas, jóias e folheados, artesanato, com o aproveitamento de outros materiais, redes de futebol. E, agora, a pretensão é dar uma maior dimensão a horta. Uma parceria com a Escola Agrotécnica Federal está se firmando, para orientação técnica e acompanhamento dos homens que se destinam a cultivar o sonho de liberdade.
Não só o trabalho está contido no processo de ressocialização, mas há todo um acompanhamento por parte de uma equipe multidisciplinar. Assistente social, psicólogo, entre outros. Uma atenção especial para a família. A oportunidade de trabalho, como forma de educar, e encurtar os dias de cárcere. Conforme estabelece a lei, a cada três dias de trabalho ou estudo, um dia de redução da pena para o interno. Em Juazeiro do Norte, esse exemplo é plausível. A semi-liberdade para a maioria dos que pretendem realizar o sonho da cooperativa. O comportamento aqui fora vai dizer também sobre o futuro de quem tem alguns anos à frente de condenação judicial.
A grande responsabilidade de acompanhar o progresso dos detentos que trabalham na fábrica-modelo fica por conta de profissionais como assistentes sociais e psicólogos, além da administração do setor prisional. As conversas, novas perspectivas, planos futuros, horizontes se abrem e construção de novas pontes se firmam na mente dos ressocializandos. São esses os passos para a liberdade, numa economia da pena com a oportunidade de receber pelo trabalho dentro da prisão. Dentro de uma idéia que vem dando certo para casos isolados de penitenciárias, como Juazeiro do Norte, reina a falta de interesse de se investir mais no ser humano na maioria das detenções do Brasil.
A assistente social, Margareth Leite Novaes, vem desenvolvendo trabalho de acompanhamento com os detentos da Pirc. O trabalho, de acordo com ela, serve de referencial para fortalecimento dos presos, uma oportunidade de melhorar a auto-estima. O gerente-geral da Companhia Nacional de Administração Prisional (Conap), Manoel Elias, destaca a necessidade de criar um ambiente apropriado para desenvolver projetos, como vem sendo feito na Pirc, que possui um galpão industrial, onde estão em funcionamento a fábrica-modelo. “É necessário aproveitar a força produtiva, gerando novas oportunidades”, diz, ao salientar o interesse das próprias indústrias de absorção da mão-de-obra, após a liberdade.
Segundo Margareth, o maior medo de quem sai da prisão é ser discriminado, ter que recomeçar. Para isso, há uma preparação psicológica no sentido de se ter maior maturidade e não voltar a cometer crimes. A preocupação do sistema é recuperar, por meio da ressocialização. Para isso, o acompanhamento do preso e a participação importante da família. No cárcere se convive com o conflito também. São relações muitas vezes difíceis com quem está cumprindo pena. O gerente-geral diz ser necessário o despertar da sociedade para a ressocialização. De acordo com Elias, a reincidência vem pela falta de oportunidade.
Mais informações:
Penitenciária Industrial Regional do Cariri (Pirc)
Sítio Touro, Vila Presídio
Juazeiro do Norte (CE)
63.020760
ELIZÂNGELA SANTOS
Repórter