São Francisco, celebrado neste domingo (4), é padroeiro de oito cidades cearenses

Em Canindé, cidade mas nas outras paróquias, os devotos comparecem às igrejas e pagaram promessas e renovaram preces.

Escrito por Honório Barbosa , regiao@svm.com.br
Legenda: Celebração a São Francisco na igreja Matriz de Quixelô, com presença limitada de fieis
Foto: Divulgação

Hoje, 4 de outubro, é dia dos católicos celebrarem São Francisco, um dos santos mais populares no Nordeste brasileiro, conhecido por ser defensor dos pobres, animais e da natureza. No Ceará, São Francisco com os títulos Assis e Chagas é padroeiro de oito cidades e no total de 25 paróquias, além de centenas de capelas em áreas rurais do sertão cearense.

São Francisco é padroeiro de:

  1. Baixio;
  2. Canindé;
  3. Cruz;
  4. Forquilha;
  5. Itapajé;
  6. Novo Oriente;
  7. Palmácia;
  8. Salitre.

Neste ano, por causa da pandemia do novo coronavírus, não houve celebrações com a presença dos devotos em Canindé, um dos maiores centros de romarias do Brasil, que atrai a cada ano mais de um milhão de fiéis. Nas demais paroquias, no entanto, houve participação limitada de devotos nas igrejas durante o novenário nos últimos dez dias e hoje (4).  

Na cidade de Quixelô, na região Centro-Sul do Ceará, São Francisco é celebrado há 116 anos com muito fervor. É co-padroeiro da Matriz de Bom Jesus Piedoso e atrai fiéis da região. Em face da pandemia as missas tiveram um público limitado a 100 pessoas, mas o número de celebrações foi ampliado para tentar compensar a redução de participantes no templo.

O pároco de Quixelô, João Teixeira Filho, observou que a ausência dos católicos das celebrações não afastou a fé no santo.

“A maneira de celebrar foi diferente neste ano, mas a fé do povo não mudou”, frisou. “Com certeza, muitos rezaram para Deus iluminar as mentes dos cientistas e encontrar uma vacina eficaz para a Covid-19”.

No bairro Chapadinha, na periferia de Iguatu, os devotos também celebraram em número diminuto a festa do padroeiro da capelinha da comunidade. “A nossa crença, o nosso amor a São Francisco aumentou, e não vamos desvanecer com essa pandemia”, disse a aposentada Francisca Souza, que leva o nome do padroeiro, na forma feminina da palavra. “Foi uma promessa que minha mãe fez porque ela estava muito doente na gravidez”.

Celebrações

Em Quixelô, houve celebrações litúrgicas neste domingo (4) às 5 horas, às 7 horas e às 9 horas. No fim da tarde não haverá procissão com a participação de devotos, mas um carro irá percorrer ruas da cidade, conduzindo a imagem do santo.  

Em Juazeiro do Norte, no santuário dedicado a São Francisco também houve celebrações pela manhã e está marcada outra para as 19 horas, com a presença de um público limitado a 30%.

O monsenhor Afonso Queiroga lembrou que São Francisco e São José são dois santos de muita admiração do sertanejo.

“É uma fé rica, que se mantém com as novas gerações que recebem dos pais a devoção. A religiosidade popular é crescente mesmo em tempos de modernidade, de avanço tecnológico”.

Promessas

Na cidade de Quixelô, muitos pagadores de promessa se vestem com trajes tradicionais que lembram São Francisco: com cor marrom escura e o corte em tipo de túnica, amarrada com um cadarço. O mesmo acontece em outras localidades que celebram o Santo protetor do pobres.

Residente no Sítio Salsa, zona rural de Quixelô, a aposentada Maria Araújo diz que há 11 anos paga uma promessa. “Enquanto eu puder, tenho que vir à missa vestida com a roupa de São Francisco em agradecimento à cura da minha filha”, contou. Na igreja, se vê também muitas crianças de colo e jovens vestidos com a túnica franciscana.

História   

Filho de um rico comerciante de tecidos da cidade de Assis, na Itália, Francisco nasceu no ano de 1182 e faleceu em 1226. O jovem Francisco era alegre e gostava de festas, até que foi tocado pela graça de Deus e começou a viver em prol dos pobres e leprosos.

Saiba quem foi São Francisco, padroeiro dos pobres e dos animais

Se afastou de seu pai, virou monge e começou a ser seguido por uma legião de discípulos. São Francisco também ficou conhecido como “Protetor da Natureza”, já que se manifestou como irmão de todas criaturas da criação divina.

Mais conhecido no Nordeste do Brasil, como São Francisco das Chagas é o mesmo São Francisco de Assis. No final de sua vida, São Francisco recebeu as Chagas de Jesus, durante um momento de profunda oração no alto de um Monte. A Solenidade onde se comemora o recebimento das Chagas Divinas transcorre em 17 de setembro.

 

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