Rima e repente têm linguagem própria
Escrito por
Redação
producaodiario@svm.com.br
A cada estilo de cantoria, para tornar mais fácil ao leitor entender a sua conceituação, exemplificamos com glosas e repentes de poetas nordestinos, decantados na região jaguaribana. Entre as criações dos poetas clássicos que vieram a ser usadas pelos nossos repentistas, estão as modalidades a seguir especificadas.
SEXTILHAS
Talvez, por ser mais fácil, seja o gênero preferido pelos nossos cantadores, principalmente no início das apresentações. Seu criador foi Silvino Pirauá Lima. A sextilha é uma estrofe com rimas deslocadas, constituída de seis linhas, seis pés ou de seis versos de sete sílabas, nomes que têm a mesma significação.
SETE LINHAS OU SETE PÉS
No início do século atual, o cantador alagoano, Manoel Leopoldino de Mendonça Serrador, fez uma adaptação a sextilha, criando o estilo de sete versos, também chamado de sete pés, rimando os versos pares até o quarto, como na sextilha; o quinto rima com o sexto, e o sétimo com o segundo e o quarto.
MOURÃO
Muito interessante é o mourão, gênero que se canta em diálogo. Sua forma originária, de seis versos, foi substituída pela de cinco, ainda no século passado. O mourão, na sua essência, conceitua-se como o desafio natural. Gênero poético dos mais difíceis, nunca desdenhado pelos nossos repentistas, ajusta-se melhor à denominação de trocadilho porque, em diálogo, os articulistas se revezam nos versos e nas estrofes. Exemplicamos aqui, apenas uma de suas variantes, no caso, “o mourão voltado”.
DÉCIMA
Embora de origem clássica, é a décima um estilo muito apreciado, desde os primórdios da poesia popular, principalmente por ser o gênero escolhido para os motes, onde os cantadores fecham cada estrofe com os versos da sentença dada, passando a estância a receber a denominação de glosa.
GALOPE À BEIRA-MAR
Gênero muito apreciado pelos apologistas da poesia popular, juntamente com o martelo, recebeu a denominação de décima de versos compridos. O galope é assim chamado em virtude de ser empregado mais em temas praieiros. Foi criado pelo repentista cearense “Zé Pretinho”, natural da cidade de Morada Nova.
TOADA ALAGOANA
É um gênero pouco usado, porém muito bonito, em virtude das rimas encadeadas, deixando a toada de forma agradável.
REMO DA CANOA
Estilo originário das emboladas de coco, recentemente adaptado para as cantorias de viola, uma inovação do poeta repentista Ivanildo Vilanova. Sua toada melodiosa é muito bonita e suave, sendo bastante apreciada pelos apologistas da poesia popular.
BRASIL CABOCLO
Considerado um dos estilos mais preferidos pelo repentista nordestino. Consiste em uma estrofe de dez versos de sete sílabas, semelhante ao estilo da décima, isto é, seguindo o mesmo sistema das estrofes de dez linhas.
MARTELO AGALOPADO
O martelo atual, criação do genial violeiro paraibano Pirauá Lima, é uma estrofe de dez versos, em decassílabos, obedecendo à mesma ordem de rima dos versos da décima. Todavia, sua denominação não vem do fato de ser empregado como meio de os cantadores se martelarem durante suas pugnas. Sua significação está ligada ao nome do diplomata francês Jaime de Martelo, nascido na segunda metade do Sec. XVII, que foi professor de Literatura da Universidade de Bolonha, portanto, o criador do primeiro estilo.
O BOI DA CAJARANA
A transformação de mote em estilo da cantoria tem sido a principal criação da Literatura de Cordel Oral, nas últimas décadas do século XX. De autoria de Ivanildo Vilanova e Adauto Ferreira, originou-se do mote: “eu quero o boi amarrado/No pé da cajarana”. A consagração do estilo foi muito rápida, mesmo com a quebra da métrica no segundo verso do mote.
O QUE É QUE ME FALTA FAZER MAIS
Derivado da décima, “O Que é Que Me Falta Fazer Mais” é um mote decassílabo, que transformou em gênero pela extraordinária aceitação popular. Rico em conhecimentos e doce em musicalidade, tende a permanecer, por muito tempo, na primeira linha da preferência dos amantes da cantoria.
GEMEDEIRA
Pela própria denominação do gênero, a modalidade serve para temas gracejantes. É a gemedeira um estilo de poesia, caracterizado pela interposição de verso de quatro, ou, raramente, duas sílabas, entre a quinta e a sexta linha das sextilhas, formado pelas interjeições: “ai e ui!” ou “ai! hum!”. Esse estilo, geralmente, é cantado de forma jocosa e humorística.
QUADRÕES
Ao longo do tempo, o quadrão tem sido o gênero a receber o maior número de alterações, não só na sua forma interna, mas, também, na estrutura das estrofes, em geral.
REBATIDO
É originário da oitava com versos septissílabos. Os versos dois e quatro terminam, obrigatoriamente, com “ido”, para rimar com estribilho “no oitavão rebatido”, na última linha da estância.
DEZ PÉS DE QUEIXO CAÍDO
Este gênero, ainda em voga, esta incluído na décima, apresentado, no final de cada estrofe, este estribilho: “nos dez de queixo caído”.
ROJÃO PERNAMBUCANO
Diz-se de uma estância de dez versos heptassílabos nos dois últimos versos, repetidos pelos cantadores. Esse gênero foi gravado pelos cantadores Ivanildo Vilanova e Severino Feitosa.
ROJÃO QUENTE
É mais uma das recentes criações originárias do mote, que vem, ultimamente, oferecendo novos estilos ao já expressivo acervo do repente. “Coqueiro da Baia/ quero ver meu bem agora quer ir mais eu vamos/ quer ir mais eu vambora”. A obrigatoriedade de metrificação é apenas para a sextilha, que utiliza versos setissílabos, com a mesma métrica e acentuação. Estilo bastante usado.
SEXTILHAS
Talvez, por ser mais fácil, seja o gênero preferido pelos nossos cantadores, principalmente no início das apresentações. Seu criador foi Silvino Pirauá Lima. A sextilha é uma estrofe com rimas deslocadas, constituída de seis linhas, seis pés ou de seis versos de sete sílabas, nomes que têm a mesma significação.
SETE LINHAS OU SETE PÉS
No início do século atual, o cantador alagoano, Manoel Leopoldino de Mendonça Serrador, fez uma adaptação a sextilha, criando o estilo de sete versos, também chamado de sete pés, rimando os versos pares até o quarto, como na sextilha; o quinto rima com o sexto, e o sétimo com o segundo e o quarto.
MOURÃO
Muito interessante é o mourão, gênero que se canta em diálogo. Sua forma originária, de seis versos, foi substituída pela de cinco, ainda no século passado. O mourão, na sua essência, conceitua-se como o desafio natural. Gênero poético dos mais difíceis, nunca desdenhado pelos nossos repentistas, ajusta-se melhor à denominação de trocadilho porque, em diálogo, os articulistas se revezam nos versos e nas estrofes. Exemplicamos aqui, apenas uma de suas variantes, no caso, “o mourão voltado”.
DÉCIMA
Embora de origem clássica, é a décima um estilo muito apreciado, desde os primórdios da poesia popular, principalmente por ser o gênero escolhido para os motes, onde os cantadores fecham cada estrofe com os versos da sentença dada, passando a estância a receber a denominação de glosa.
GALOPE À BEIRA-MAR
Gênero muito apreciado pelos apologistas da poesia popular, juntamente com o martelo, recebeu a denominação de décima de versos compridos. O galope é assim chamado em virtude de ser empregado mais em temas praieiros. Foi criado pelo repentista cearense “Zé Pretinho”, natural da cidade de Morada Nova.
TOADA ALAGOANA
É um gênero pouco usado, porém muito bonito, em virtude das rimas encadeadas, deixando a toada de forma agradável.
REMO DA CANOA
Estilo originário das emboladas de coco, recentemente adaptado para as cantorias de viola, uma inovação do poeta repentista Ivanildo Vilanova. Sua toada melodiosa é muito bonita e suave, sendo bastante apreciada pelos apologistas da poesia popular.
BRASIL CABOCLO
Considerado um dos estilos mais preferidos pelo repentista nordestino. Consiste em uma estrofe de dez versos de sete sílabas, semelhante ao estilo da décima, isto é, seguindo o mesmo sistema das estrofes de dez linhas.
MARTELO AGALOPADO
O martelo atual, criação do genial violeiro paraibano Pirauá Lima, é uma estrofe de dez versos, em decassílabos, obedecendo à mesma ordem de rima dos versos da décima. Todavia, sua denominação não vem do fato de ser empregado como meio de os cantadores se martelarem durante suas pugnas. Sua significação está ligada ao nome do diplomata francês Jaime de Martelo, nascido na segunda metade do Sec. XVII, que foi professor de Literatura da Universidade de Bolonha, portanto, o criador do primeiro estilo.
O BOI DA CAJARANA
A transformação de mote em estilo da cantoria tem sido a principal criação da Literatura de Cordel Oral, nas últimas décadas do século XX. De autoria de Ivanildo Vilanova e Adauto Ferreira, originou-se do mote: “eu quero o boi amarrado/No pé da cajarana”. A consagração do estilo foi muito rápida, mesmo com a quebra da métrica no segundo verso do mote.
O QUE É QUE ME FALTA FAZER MAIS
Derivado da décima, “O Que é Que Me Falta Fazer Mais” é um mote decassílabo, que transformou em gênero pela extraordinária aceitação popular. Rico em conhecimentos e doce em musicalidade, tende a permanecer, por muito tempo, na primeira linha da preferência dos amantes da cantoria.
GEMEDEIRA
Pela própria denominação do gênero, a modalidade serve para temas gracejantes. É a gemedeira um estilo de poesia, caracterizado pela interposição de verso de quatro, ou, raramente, duas sílabas, entre a quinta e a sexta linha das sextilhas, formado pelas interjeições: “ai e ui!” ou “ai! hum!”. Esse estilo, geralmente, é cantado de forma jocosa e humorística.
QUADRÕES
Ao longo do tempo, o quadrão tem sido o gênero a receber o maior número de alterações, não só na sua forma interna, mas, também, na estrutura das estrofes, em geral.
REBATIDO
É originário da oitava com versos septissílabos. Os versos dois e quatro terminam, obrigatoriamente, com “ido”, para rimar com estribilho “no oitavão rebatido”, na última linha da estância.
DEZ PÉS DE QUEIXO CAÍDO
Este gênero, ainda em voga, esta incluído na décima, apresentado, no final de cada estrofe, este estribilho: “nos dez de queixo caído”.
ROJÃO PERNAMBUCANO
Diz-se de uma estância de dez versos heptassílabos nos dois últimos versos, repetidos pelos cantadores. Esse gênero foi gravado pelos cantadores Ivanildo Vilanova e Severino Feitosa.
ROJÃO QUENTE
É mais uma das recentes criações originárias do mote, que vem, ultimamente, oferecendo novos estilos ao já expressivo acervo do repente. “Coqueiro da Baia/ quero ver meu bem agora quer ir mais eu vamos/ quer ir mais eu vambora”. A obrigatoriedade de metrificação é apenas para a sextilha, que utiliza versos setissílabos, com a mesma métrica e acentuação. Estilo bastante usado.