Quixadá está com vendas aquecidas
Pão de coco, queijo, vinho e até ovos de Páscoa já são bastante procurados pelos consumidores da cidade
Quixadá. A Semana Santa é um dos melhores períodos do ano para o ramo de panificação. Segundo empresários do segmento, perde apenas para as festas de fim de ano. As boas vendas estão inseridas dentro das tradições cristãs.
A procura pelo pão de coco, queijos e vinhos aumenta quando o fim de semana se aproxima. Essa tradição não é diferente neste município, e, por esse motivo, os panificadores da cidade estão caprichando no preparo das massas. Esperam faturar, pelo menos, 30% a mais em relação aos outros meses do ano, com exceção de dezembro.
Para um dos mais tradicionais panificadores da cidade, Antonio Pinto, o segredo está no manejo da massa do pão especial. Além de rechear com muito coco ralado, o leite é um importante ingrediente. Quanto ao resto do preparo é segredo de família. Também é importante não exagerar nos preços. Não importa o tamanho da bisnaga, essa deve ser vendida no quilo, em torno de R$ 6,00.
Ainda segundo o empresário, por tradição a panificadora da sua família, a qual recebe o nome de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, não abre na sexta-feira santa. Mas tanto na véspera como no sábado de aleluia e no domingo de páscoa, os clientes terão muitas opções. Além do pão de coco, poderão saborear pães doces, tapiocas, e até salgadinhos, sem carne.
Outra vantagem para as panificadoras de Quixadá neste fim de semana será as tradicionais festas de forró, para comemorar o sábado de aleluia. O número de visitantes costuma triplicar e com eles aparecem mais clientes para o café da manhã, servido no hall dos estabelecimentos.
Além dos preços, em média R$ 8,00 por pessoa, a panificadora QPão tem a vantagem de ser a única climatizada da cidade, ressalta o proprietário, Marcos Holanda. Os clientes também tem wireless livre, acrescenta.
Não obstante a expectativa de boas vendas para o pão e o queijo, os panificadores também apostam nas vendas de vinhos e ovos de páscoa, e colocam nas suas prateleiras.
Para o empresário Marcos Holanda, proprietário da Panificadora Uberlândia, com mais de 18 anos de atividades na cidade, o pão de coco é um sucesso nessa época, a procura começa no início da semana. Às vezes até acaba antes da sexta-feira, daí sua padaria não abre. Mas no dia seguinte, no sábado, o movimento aumenta novamente. Como geralmente famílias procuram o café da manhã, os filhos querem chocolates e os pais, um bom vinho para o almoço.
A professora Maria Lúcia Ferreira concorda com o panificador. Para ela, apesar da banalização desse momento religioso na sua cidade, o bom cristão respeita os hábitos que são transferidos de pai para filho. O pão e o vinho são essenciais. Quem vai à padaria não precisa mais correr para os supermercados, à procura dos outros ingredientes para a mesa do desjejum. "O bacalhau é vendido a preço de ouro e quem tem peixe costuma explorar a gente na Semana Santa. A melhor opção está nas padarias", completa.
Associação
O setor de panificação não possui associação no município. Entretanto, pelas estimativas dos mais antigos e experientes, todos acabam ganhando.
Conforme o analista do escritório local do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Raimundo Lima, a cidade possui 16 panificadoras em atuação no mercado. Para aproximar a categoria o Sebrae de Quixadá está passando a promover seminários. Também pretende aperfeiçoar ainda mais o serviço e agregar valor ao produto final.
Apesar do município de Quixadá não possuir nenhuma entidade de classe do segmento, desde 1953 o Ceará conta com o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria no Estado do Ceará (Sindpan-CE).
Colaborador