Transferência de água do Castanhão para a Região Metropolitana de Fortaleza é suspensa até 2022

A decisão se dá por segurança hídrica e atendimento a demandas do Vale do Baixo Jaguaribe.

A Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) deixou de receber transferência de água do Açude Castanhão por decisão do Seminário de Alocação das Águas dos Vales do Jaguaribe e Banabuiú. A decisão foi do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (Conerh) e passou a vigorar a partir do início deste mês.

Os técnicos e integrantes do Conerh observaram o aspecto da segurança hídrica na RMF e a necessidade de atender o abastecimento humano de várias cidades, localidades rurais e manter atividade agropecuária no Baixo Jaguaribe.

De acordo com o Portal Hidrológico da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), a bacia da RMF acumula em média 60,2%. “Os três reservatórios estratégicos Gavião (89,5%), Pacoti (61,6%) e Riachão (66,0%) têm segurança hídrica para manter o abastecimento da região até o começo do próximo ano”, pontuou o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias.

O presidente da Cogerh lembrou que neste ano, houve o reforço de transferência de água do rio São Francisco para o Castanhão e deste açude para o sistema metropolitano em torno de 54 milhões de metros cúbicos.  

Além dos três reservatórios estratégicos, na RMF, outros açudes acumulam volume significativo. O Acarape do Meio (Redenção), Germinal (Palmácia) e Itapebussu (Maranguape) estão, cada um, com 100% de suas capacidades.

Para João Lúcio Farias, a situação hídrica na RMF é de tranquilidade até o início da próxima quadra chuvosa (fevereiro de 2022), mas ressaltou a necessidade do uso consciente do recurso hídrico.

“Precisamos sempre economizar água”, pontuou. “Não sabemos como será a próxima quadra chuvosa”.

A transferência de água do São Francisco para o Ceará está suspensa desde o dia 25 de maio passado para serviços de manutenção em equipamentos, canais, testes e recarga de reservatórios do sistema de transposição no Ceará e na Paraíba, do Eixo Norte. “Só voltará a operar no início do próximo ano”, afirmou João Lúcio.  

Consumo de água

No segundo semestre, por ser um período de temperaturas mais elevadas, o consumo de água aumenta em média 30%, segundo estimativa da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).

O consumo médio diário no primeiro semestre é de cerca 150 litros por habitante e após setembro vai aumentando até chegar a 200 litros, no último mês do ano.

No início de julho de 2020, a Bacia da região Metropolitana acumulava 73,3% - um pouco mais de água do que o volume médio atual que é de 60,2%. Naquele período, também houve a decisão de suspender a transferência de água do Castanhão para preservar o recurso hídrico e atender a necessidade de milhares de famílias e produtores rurais no Baixo Jaguaribe (Limoeiro do Norte, Russas e outras cidades do vale jaguaribano até Aracati).