Alerta no Maciço de Baturité
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Chuvas e ocupação desordenada são fatores que influenciam para o riso de deslizamento de terra no Maciço
Pacoti. A catástrofe ocorrida em Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro, no início deste ano, traz à tona uma preocupação sobre a construção de casas em locais considerados propícios para a ocorrência de deslizamentos de terra.
No Estado do Ceará, cidades serranas vulneráveis ao problema situam-se no Maciço de Baturité. Principalmente em Guaramiranga, Pacoti e Baturité, a vegetação nativa dá lugar a construção de casas e condomínios, aumentando o risco de deslizamento de terra diante do intenso desmatamento.
No início da década de 1980, Pacoti registrou um dos maiores desastres naturais, ocorrido na Estância Vale das Flores, quando uma barreira rompeu e destruiu um chalé e ainda matou uma criança. Já em Guaramiranga, o Conjunto Frei Domingos, considerado uma das piores áreas de risco, sofreu desastres com as chuvas intensas registradas em 1994, com destruição de casas. Hoje, essas áreas vivem em estado de alerta.
O professor do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e doutor em Geociências pela Unesp de Rio Claro (SP), César Ulisses Vieira Veríssimo, explica que o deslizamento de terra durante as chuvas em áreas de serras é um fenômeno natural. Porém, a situação pode agravar-se a partir da ação humana.
"Tem uma série de fatores que contribui para aumentar o risco, como a erosão, a plantação, a drenagem e o esgoto", diz o professor. Todas essas ações também podem contribuir para as infiltrações nas áreas.
"O Maciço de Baturité é uma região de alta declividade, com muitas construções em zona de risco e em áreas íngremes. Nesses locais, já há problema para a água escoar. Se o solo está encharcado, vai dificultar a infiltração e a falta de cobertura vegetal também influencia. Tudo isso gera um dano, saturando o solo", completa.
Os quintais das casas de Antônia Firmiano e Rita de Cássia, na Rua José Macêdo, conhecido também como Buraco da Gia, em Pacoti, são exemplos de risco iminente. Elas contam que já houve deslizamento durante as chuvas do ano passado e que qualquer precipitação, mesmo de menor intensidade, é motivo de preocupação. Quando chove, levam os filhos para a sala e, se as águas ficam mais intensas, vão para a calçada ou para a casa de amigos.
A secretária de Ação Social de Pacoti, Flávia Pitombeira, disse que 3.015 pessoas foram atingidas pelas chuvas no ano passado e que, se chover mais este ano, a catástrofe poderá ser maior. "A terra ainda está molhada e frouxa. O deslizamento acontecerá". No dia 25 de janeiro, será realizada a Conferência da Defesa Civil, para mapear as áreas de risco de deslizamento.
Em Guaramiranga, o secretário de Infraestrutura, Manoel Agnaldo Rocha, disse que a Prefeitura trabalha para conscientizar a população para não construir casas em áreas de risco.
A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Baturité, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
MAIS INFORMAÇÕES
Prefeitura de Guaramiranga
(85) 3321.1159
Prefeitura de Pacoti
(85) 3325.1575
Maurício Vieira
Repórter
Pacoti. A catástrofe ocorrida em Angra dos Reis, no Estado do Rio de Janeiro, no início deste ano, traz à tona uma preocupação sobre a construção de casas em locais considerados propícios para a ocorrência de deslizamentos de terra.
No Estado do Ceará, cidades serranas vulneráveis ao problema situam-se no Maciço de Baturité. Principalmente em Guaramiranga, Pacoti e Baturité, a vegetação nativa dá lugar a construção de casas e condomínios, aumentando o risco de deslizamento de terra diante do intenso desmatamento.
No início da década de 1980, Pacoti registrou um dos maiores desastres naturais, ocorrido na Estância Vale das Flores, quando uma barreira rompeu e destruiu um chalé e ainda matou uma criança. Já em Guaramiranga, o Conjunto Frei Domingos, considerado uma das piores áreas de risco, sofreu desastres com as chuvas intensas registradas em 1994, com destruição de casas. Hoje, essas áreas vivem em estado de alerta.
O professor do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e doutor em Geociências pela Unesp de Rio Claro (SP), César Ulisses Vieira Veríssimo, explica que o deslizamento de terra durante as chuvas em áreas de serras é um fenômeno natural. Porém, a situação pode agravar-se a partir da ação humana.
"Tem uma série de fatores que contribui para aumentar o risco, como a erosão, a plantação, a drenagem e o esgoto", diz o professor. Todas essas ações também podem contribuir para as infiltrações nas áreas.
"O Maciço de Baturité é uma região de alta declividade, com muitas construções em zona de risco e em áreas íngremes. Nesses locais, já há problema para a água escoar. Se o solo está encharcado, vai dificultar a infiltração e a falta de cobertura vegetal também influencia. Tudo isso gera um dano, saturando o solo", completa.
Os quintais das casas de Antônia Firmiano e Rita de Cássia, na Rua José Macêdo, conhecido também como Buraco da Gia, em Pacoti, são exemplos de risco iminente. Elas contam que já houve deslizamento durante as chuvas do ano passado e que qualquer precipitação, mesmo de menor intensidade, é motivo de preocupação. Quando chove, levam os filhos para a sala e, se as águas ficam mais intensas, vão para a calçada ou para a casa de amigos.
A secretária de Ação Social de Pacoti, Flávia Pitombeira, disse que 3.015 pessoas foram atingidas pelas chuvas no ano passado e que, se chover mais este ano, a catástrofe poderá ser maior. "A terra ainda está molhada e frouxa. O deslizamento acontecerá". No dia 25 de janeiro, será realizada a Conferência da Defesa Civil, para mapear as áreas de risco de deslizamento.
Em Guaramiranga, o secretário de Infraestrutura, Manoel Agnaldo Rocha, disse que a Prefeitura trabalha para conscientizar a população para não construir casas em áreas de risco.
A reportagem tentou contato com a Prefeitura de Baturité, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
MAIS INFORMAÇÕES
Prefeitura de Guaramiranga
(85) 3321.1159
Prefeitura de Pacoti
(85) 3325.1575
Maurício Vieira
Repórter