Alerta aos sinais de câncer em cães

Escrito por Redação ,
Qualquer nódulo que surgir fora da anatomia normal do corpo do cão deve ser examinado por um médico veterinário

Fortaleza Com o aumento da expectativa de vida dos cães, há também uma maior incidência de enfermidades nas fases adulta e idosa dos animais. Entre estas doenças, preocupa o crescimento dos casos de câncer, conforme atesta o médico veterinário Márcio Vasconcelos, referência em Oncologia Veterinária no Ceará. Segundo ele, as ocorrências da doença em cães tornam-se comuns e com grande incidência do câncer de mama.

Márcio Vasconcelos examina a poodle Kiara, da criadora Cida Lemos. O animal apresentou um nódulo na mama e está em tratamento FOTO: FABIANE DE PAULA


Ele diz que, de cada dez pacientes com câncer, seis são em mamas. Já as neoplasias cutâneas vêm em segundo lugar no registro da doença. Ele confirma que os cães de meia idade a idosos, na faixa etária de 6 a 7 anos até 12 anos, estão no grupo de risco. Porém, explica que a doença não apresenta predileção por sexo ou raça.

Mesmo assim, admite que algumas raças caninas apresentam maior predisposição. Por exemplo, as neoplasias mamárias têm sido mais comuns em cadelas de pequeno porte, como poodle, yorkshire e outras. Já cães de grande porte como dog alemão, fila e outros têm mais predisposição para neoplasias em tecidos ósseos. Já os tumores cutâneos são mais comuns de ocorrência em raças como boxer, labrador e golden. O veterinário faz questão de deixar claro que se trata apenas de uma predisposição, não significando que tais raças, obrigatoriamente, vão apresentar a doença.

Sintomatologia

O veterinário alerta os criadores de cães para os sinais da doença. Com qualquer indício, o cão deve ser levado, imediatamente, para a consulta veterinária.

O primeiro sinal é o nódulo, ou o chamado "caroço", que pode surgir em qualquer parte do corpo, fora da anatomia normal do animal. Outros sintomas são a fraqueza, a indisposição e a falta de apetite, acompanhadas de febre.

Todos esses sintomas foram observados pela criadora Cida Lemos, em sua poodle Kiara, de 12 anos. Há dois anos, a cadela apresentou um caroço numa das mamas, que foi crescendo. Atualmente, o nódulo já está em tamanho aproximado de um "limão grande". Na última semana, ela iniciou o tratamento com Márcio Vasconcelos.

"Em 2012, quando ela apresentou o caroço, não foi diagnosticado câncer. Só agora. O veterinário anterior só tinha dado de dois a seis meses de vida para a Kiara, daí recomendou procurar o dr. Márcio Vasconcelos", conta a dona de casa Cida.

Além do nódulo, a cadelinha também apresentou manchas na pele e muita dor ao longo do corpo. A poodle está usando um curativo na região afetada e um macacão cirúrgico para evitar ficar lambendo e coçando a mama. Está aguardando a cirurgia para retirada do nódulo.

Márcio Vasconcelos observa, entretanto, que nem todo nódulo é maligno. Uma vez identificado, o diagnóstico correto é fundamental para o sucesso do tratamento. Segundo ele, o aprimoramento da Medicina Veterinária favorece o diagnóstico precoce da doença, aumentando as chances de cura.

Os métodos de diagnóstico atuais são exames de citopatologia (análise das células); histopatologia (exame do tecido afetado); e exames de imagens (ultrassonografia, ressonância magnética e Raio X).

Após o diagnóstico, o tratamento consiste numa combinação de procedimentos. Entre eles, estão cirurgia, quimioterapia, radioterapia, criocirurgia, hormonioterapia e imunoterapia. Conforme Márcio, geralmente, são feitas mais de uma conduta terapêutica: cirurgia mais quimioterapia, ou cirurgia combinada com a radioterapia, entre outras associações. As chances de cura são altas, se o diagnóstico for precoce e o tratamento começar na fase inicial da doença, obedecendo as combinações terapêuticas.

Márcio Vasconcelos fala em cura ou controle da doença. Neste último caso, o cão tem melhor qualidade de vida e aumento da sobrevida por até um ano. "O importante é o criador saber que câncer não é sinônimo de eutanásia", adverte o veterinário.

FIQUE POR DENTRO

Chances de cura aumentam com diagnóstico

O médico veterinário Márcio Vasconcelos, atualmente, está com 49 cães em tratamento de câncer. Destes, apenas dois estão internados. Segundo o veterinário, os números provam que, uma vez diagnosticada com antecedência e tratada na fase inicial, a doença tem altas chances de cura.

Se for uma neoplasia mamária em fase inicial e sem metástase, casos curados chegam a 60%. Se for do tipo tumor venéreo transmissível (TVT), cerca de 100% dos cães podem ficar curados. O mesmo percentual é observado em casos de tumores de pele.

O médico recomenda que o criador deve ficar atento aos sintomas da doença (nódulos, indisposição, febre e falta de apetite). Uma vez observados alguns desses, o animal deve ser levado imediatamente ao veterinário, para facilitar o diagnóstico precoce e o tratamento na fase inicial.

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VALÉRIA FEITOSA
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