Sinal de respeito à vida

Avanço do sinal vermelho é infração gravíssima, responsável por inúmeras lesões e mortes. Fiscalização eletrônica é fundamental para coibir comportamento de risco.

Legenda: De acordo com autoridades, avançar o sinal vermelho é um dos piores comportamentos no trânsito.
Foto: Banco de Imagens

Infração gravíssima, com penalidade de multa e sete pontos na carteira de habilitação. É dessa forma que o avanço do sinal vermelho é caracterizado no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). E ainda assim muitas pessoas insistem nesse ato de irresponsabilidade, que provoca incontáveis acidentes. Em Fortaleza, de acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), entre janeiro e abril deste ano, houve redução de 70% nessas infrações – em comparação com igual período do ano passado. Mesmo assim, as autoridades permanecem atentas. “O problema preocupa bastante, devido ao potencial de risco à segurança, não só de colisão entre veículos, mas de atropelamento de pedestres e ciclistas. Muitas vezes, esse tipo de infração também é cometido por motociclistas, que utilizam até a calçada para cruzar o sinal vermelho, acarretando em acidentes e vítimas”, relata Arcelino Lima, superintendente da AMC.

Tecnicamente, avançar o sinal vermelho é uma das infrações com maior potencial de risco. “Um acidente nessa circunstância tende a ser muito grave, porque normalmente um dos veículos está em velocidade elevada, gera capotamento ou colisão com feridos graves ou até fatais. E geralmente são colisões laterais, áreas menos protegidas dos veículos”, descreve Dante Rosado, coordenador da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global em Fortaleza.

Tecnologia
Por isso, os investimentos em tecnologia são fundamentais, inclusive para proteger pedestres e ciclistas, naturalmente mais vulneráveis. Atualmente, 256 pontos da capital cearense – sendo 146 fiscalizados por câmeras eletrônicas e outros 110 por câmeras de monitoramento – são acompanhados 24 horas por dia, com o objetivo de inibir esse hábito. Cada ponto de instalação dos equipamentos é definido conforme o volume de tráfego de veículos e pedestres, o número de acidentes, a 
velocidade média, entre outras características. Excesso de velocidade, retornos e conversões proibidas, além de paradas sobre a faixa de pedestres, também são detectados pelos equipamentos. “A instalação de um sinal de pedestre é a garantia, para o usuário mais vulnerável, que ele vai ter tempo de fazer a travessia da via. Esse equipamento se torna ainda mais importante em cidades onde os motoristas precisam melhorar o respeito ao pedestre, como Fortaleza”, reforça Dante Rosado.

Na capital cearense, os investimentos em tecnologia nos últimos oito anos modernizaram o parque semafórico, adaptado para as demandas de uma cidade tão extensa. “Fortaleza tem uma das melhores tecnologias de trânsito na América Latina. Os semáforos funcionam conforme o fluxo do trânsito, não há tempo de vermelho excessivo, apenas o essencial para atender à corrente de tráfego. A tecnologia também auxilia na segurança pública, pois as informações em tempo real são 
enviadas para a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social, que as utiliza para recuperar veículos roubados, resolver sequestros e outros crimes”, esclarece Arcelino Lima.

Conscientização
Na visão de Dante Rosado, há duas grandes causas para os avanços de sinal vermelho: a distração e a imprudência. “No primeiro caso, o motorista avança o sinal como decorrência de outro tipo de infração, como mexer no celular. No segundo caso, deliberadamente avança o sinal porque quer ganhar tempo ou avalia que é uma infração de menor importância”, constata Dante.

“Avançar o sinal vermelho é um dos piores comportamentos no trânsito. Trata-se de um grande desafio, devido ao elevado número de cruzamentos em Fortaleza. Por isso, pedimos e esperamos da sociedade o respeito aos semáforos, bem como ao restante da sinalização viária, para termos um trânsito seguro para todos”, orienta Arcelino Lima.

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