Viajar é uma experiência muito desejada, mas planejar as férias inclui pensar em questões bem distantes do sonho, como doença, acidente ou falecimento. Emergências acontecem em qualquer lugar do mundo. Se estamos longe de casa, em um país de língua estrangeira, sem amigos e parentes por perto, a situação se torna um pouco mais delicada. Um serviço que nenhum turista espera usufruir e que garante uma assistência em caso de imprevistos é o seguro viagem. O benefício é até exigido por alguns países, mas mesmo sem obrigatoriedade, vale a pena contratar? Confira detalhes nas próximas páginas.
Viajar tranquilo
Uma dor de dente, uma intoxicação alimentar ou mesmo um ataque cardíaco. Emergências de saúde podem acontecer a qualquer momento, onde quer que se esteja. Durante uma viagem, sem uma cobertura médica pública gratuita ou de um plano de saúde, é arriscado estragar as férias ou agravar um quadro de saúde, dependendo da urgência. "Todo viajante deve contratar esse tipo de serviço”, opina Regina Lima, consultora de viagens e intercâmbios na empresa O Portal dos Viajantes. “Já ouvi vários passageiros que pagaram caro por uma viagem de 20 dias na Europa ou nos Estados Unidos e não quiseram pagar por esse serviço confiando na sorte. Infelizmente, tiveram que antecipar o regresso por motivo de doença, acidente de carro ou outro”, completa.
Assistência médico-hospitalar, farmacêutica, internação, envio de um familiar em caso de necessidade e traslado de corpo são alguns dos benefícios cobertos no seguro viagem. Além disso, os planos podem incluir cobertura para extravio de bagagem, cancelamento de viagem, regresso antecipado e até para cobrir gastos com o funeral. Os valores variam de acordo com a duração da viagem, a cobertura e o valor da indenização.
Regina Lima ilustra a importância do serviço com uma experiência vivida por ela. “Uma vez, tive que ir à Inglaterra e ao Marrocos numa mesma viagem. Tivemos malas extraviadas, que só foram chegar três dias depois no Marrocos. Retornando para o Brasil, tivemos que pernoitar em Lisboa. Ali, acionei o seguro de madrugada pois estava passando muito mal. Fui muito bem atendida e ressarcida de todas as despesas com roupas e medicamentos”, conta a consultora de viagens.
Exigência
Quem vai viajar para a Europa deve contratar o seguro viagem. Desde 1985, com o Tratado de Schengen, os países da Comunidade Europeia estabeleceram a obrigatoriedade da contratação de um seguro viagem com valor mínimo de € 30 mil (cerca de R$ 130 mil) para garantir despesas com eventuais custos médicos ou óbito. As autoridades aduaneiras podem exigir a apresentação do cartão de assistência médico-hospitalar e a falta do documento pode implicar no retorno do turista ao país de origem.
Países como Austrália, Cuba e Venezuela também exigem o documento. Brasileiros viajando para os Estados Unidos não estão obrigados a contratar, todavia, é bastante recomendado contar com o serviço em viagens para terra do Tio Sam, uma vez que o gasto com emergências hospitalares pode sair muito caro naquele país. Para a consultora, mesmo em destino nacionais, o seguro viagem é recomendado. “Mesmo que a sua viagem seja dentro do Brasil, no Mercosul ou em outro país, contrate o serviço. Uso aquela máxima: faço seguro para não precisar dele”, argumenta.
Assistência ou seguro?
Ainda existe muita confusão entre o termo certo: assistência ou seguro viagem. Até 2016 havia distinção de serviços: com o seguro viagem, o turista era reembolsado com os gastos que ele tivesse tido durante a viagem e com a assistência viagem, o viajante bastava entrar em contato com a seguradora no momento da emergência e ela direcionaria a um centro conveniado, arcando com todas as despesas. Porém, a partir daquele ano, quando entrou em vigor a resolução 315/2014 criada pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) – órgão que regulamenta e fiscaliza a venda de seguros no Brasil –, os dois serviços viraram um só, o seguro viagem.
A norma determina ainda que as despesas médicas, hospitalares e odontológicas façam parte das coberturas obrigatórias que deverão ser oferecidas aos consumidores na contratação do seguro viagem para o exterior. Nas viagens nacionais, essa cobertura é opcional. Outra determinação é que em viagem ao exterior o seguro deve cobrir também a volta do segurado em caso de impedimento de retorno como passageiro regular, traslado médico e traslado de corpo.
Coberturas básicas do seguro viagem
. Despesas médicas, hospitalares e/ou odontológicas
. Traslado de corpo
. Regresso sanitário
. Traslado Médico
. Morte em viagem
. Morte acidental em viagem
. Invalidez permanente total ou parcial por acidente em viagem