Diferencial na qualificação

Falar um segundo idioma é requisito fundamental para ampliar as chances no mercado de trabalho. Especialistas explicam por que esse aprendizado é tão importante.

A capacidade de se comunicar em um idioma, que não a língua materna, é uma importante ferramenta de trabalho em um mundo globalizado e cada vez mais competitivo. Saber um idioma estrangeiro representa não somente a possibilidade de ser fluente, mas favorece a aquisição de competências interculturais, aumenta o repertório sociocultural e linguístico e, sobretudo, é um diferencial na qualificação do jovem estudante e profissional.

Para Juliana Lustosa (foto abaixo), Coordenadora Pedagógica do Systemic Bilingual, ter domínio de uma língua estrangeira oferece, além das possibilidades profissionais, a potencialização do processo de aprendizagem. “Estudos também comprovam que o bilinguismo fortalece a parte do cérebro que desempenha um papel importante em processos que envolvem a alternância de tarefas e a resolução de problemas. Ser bilíngue amplia no jovem a capacidade para viver novas experiências culturais ou profissionais”, explica.

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Escolas bilíngues
Cada vez mais os jovens têm buscado aprender idiomas estrangeiros, mas o inglês continua sendo a língua mais procurada e estudada, conta Juliana Lustosa. Por isso, a procura por escolas bilíngues em inglês tem aumentado nos últimos anos. Nessas escolas, o ensino do idioma parte da premissa de integração total entre língua e  conteúdo. Dessa forma, “a aprendizagem do segundo idioma se torna mais eficaz, uma vez que, sendo o domínio do conteúdo o objetivo central, a língua é internalizada naturalmente”, afirma Juliana.

Essa tendência de fortalecer o ensino de idiomas também foi potencializada na rede estadual de ensino. O Governo do Estado de Ceará oferece aos alunos do Ensino Médio da rede pública aulas gratuitas de inglês e espanhol no Centro Cearense de Idiomas (CCI), que conta com mais de dez unidades. De acordo com informações da Secretaria de Educação do Estado do Ceará (Seduc), o equipamento possibilita que os estudantes aperfeiçoem os conhecimentos nas línguas inglesa ou espanhola, ampliando as chances de sucesso no mundo acadêmico e do trabalho.

Os cursos oferecidos pelo governo têm duração de até três anos, divididos em seis módulos semestrais de 60 horas, totalizando 360 horas. Além das aulas, o desempenho dos alunos é acompanhado por meio de ações pedagógicas. Ao final do curso, espera-se que os estudantes tenham desenvolvido bom domínio do idioma no campo das quatro habilidades necessárias para a fluência: ler, escrever, falar e ouvir (read, write, speak & listen).

Para aprender
O ensino tradicional, em sala de aula com o professor, continua sendo primordial, propiciando o aprendizado a partir de situações reais que facilitam a comunicação e a interação na segunda língua. Com a internet, no entanto, os estudantes podem aperfeiçoar seu conhecimento. “A internet apresenta recursos que podem auxiliar, como aplicativos, jogos online, músicas ou vídeos no YouTube. Quanto mais contato o aluno tiver com o segundo idioma, dentro e fora da escola, melhor será seu entendimento, maior será a sua compreensão dessa segunda língua”, explica Juliana Lustosa.

Geralmente os aplicativos são gratuitos e oferecem atividades diárias que levam pouco tempo por dia para serem desenvolvidas. A principal vantagem é a praticidade, pois é possível ter contato com as atividades via celular. Dessa forma, o estudante consegue praticar o idioma praticamente em qualquer lugar.

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Aliado para conquistas
Não é apenas no campo educacional ou acadêmico que o domínio de um idioma estrangeiro abre oportunidades. Os benefícios de ser fluente em inglês também se expandem para o campo profissional. De acordo com Madalena Matos, especialista em Gestão de Pessoas, dominar uma segunda ou até uma terceira língua poderá colocar o profissional dentro da empresa que estará se candidatando. “Observamos que, em um processo seletivo para multinacionais, ou até mesmo empresas nacionais, estão exigindo o inglês”,  comenta.

Para Madalena, o inglês deixou de ser um diferencial e passou a ser um pré-requisito ou até mesmo um elemento obrigatório de conhecimento para muitas empresas. O diferencial, portanto, passou a ser o conhecimento de outros idiomas. “Podemos observar que o inglês é a língua mais falada na internet, porém o idioma mais falado no mundo é o mandarim. Antes, falar o inglês era um diferencial, mas agora ter o terceiro idioma é o 'up' em seu currículo na hora da seleção”, afirma a especialista.

Madalena Matos alerta, porém, que o profissional só deve colocar no currículo o conhecimento em um idioma estrangeiro se tiver de fato um domínio da língua, para evitar possíveis situações constrangedoras. “Só se deve colocar o idioma ou a segunda língua se você realmente dominar, pois geralmente, quando você coloca, o entrevistador começa a fazer uma entrevista no idioma que você colocou em seu currículo”, observa.