Como enfrentar o desafio do primeiro imóvel

Arquiteta traz dicas para quem está saindo da casa dos pais e montando seu próprio apartamento.

Legenda: A cozinha é um espaço que pede um projeto bem pensado e sob medida, especialmente se o imóvel for pequeno.
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Finalmente chegou o grande momento: você comprou seu imóvel próprio e/ou resolveu sair da casa dos pais. No entanto, essa nova fase, que representa liberdade e autonomia, também desperta muitas dúvidas, especialmente em como mobiliar e decorar a casa ou o apartamento. Quais são os itens mais importantes? Que móveis não podem faltar? E os que podem ser adquiridos depois? Em qual cômodo deve se investir um pouco mais de dinheiro? 

Para responder a essas e outras perguntas, a arquiteta e urbanista Ana Johns – fundadora do escritório Ana Johns Arquitetura – traz algumas dicas práticas sobre o que é essencial para decorar, com conforto e praticidade, o seu novo cantinho. 

Legenda: Ana Johns: layout com as medidas principais é essencial, para não investir em algo incompatível com o espaço.
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Itens fundamentais
O básico necessário, segundo Ana Johns, é uma cama, um local para guardar as roupas e armários na cozinha. “Se puder investir em algum cômodo, o ideal é a cozinha. É um espaço que pede um projeto bem pensado e sob medida, especialmente se o imóvel for pequeno”, diz.

Já o guarda-roupas é um móvel que pode ser adquirido em um segundo momento. “É possível usar uma arara e depois comprar ou montar um armário. Os móveis da sala também não são essenciais. Neste primeiro momento, a improvisação e a criatividade são os segredos”, conta a arquiteta.

Legenda: O espaço disponível em cada cômodo do apartamento vai interferir diretamente nas escolhas de decoração.
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Projeto
Ana Johns acredita que para facilitar a funcionalidade dos ambientes é importante ter um projeto, mesmo que ele não seja executado por completo. Isso auxilia na escolha dos móveis, dos itens de decoração e dá uma noção melhor do espaço disponível. “O layout com as medidas principais é essencial, para não investir em algo incompatível com o espaço ou que inviabilize um próximo móvel”, aponta a profissional. 

Segundo a arquiteta e urbanista, é importante levar em consideração também a funcionalidade e a estética dos itens adquiridos, para que eles possam ser utilizados a longo prazo. 

Aos poucos os cômodos vão ganhando forma, e é possível ter uma noção melhor de quais móveis serão adequados para os ambientes. “Mesmo com a ajuda de um profissional, é importante poder sentir o espaço com os itens que vão sendo adquiridos, entendendo o que cada um traz para o ambiente”, afirma Ana Johns.

Decoração
A profissional orienta que o espaço disponível em cada cômodo do apartamento vai interferir diretamente nas escolhas de decoração, assim como as prioridades do cliente. No quarto, por exemplo, é possível colocar uma cama grande, mas provavelmente a circulação ou o tamanho do guarda-roupas poderão ficar limitados.

A mesma situação acontece com a sala, que normalmente é um ambiente que mescla o espaço de estar e de jantar. “Para algumas pessoas, uma mesa grande é algo importante, para outras, a prioridade é o conforto do sofá, ou que ele possa ser usado como cama. Isso tudo é levado em conta no projeto”, detalha Ana Johns. 

Adequações
A infraestrutura do local não pode ser esquecida. Um ponto importante é saber a localização das tomadas e tentar usufruir da estrutura já pronta para a instalação das TV’s e dos eletrodomésticos. “Qualquer mudança é possível, mas algumas serão mais onerosas e trabalhosas do que outras”, alerta Ana Johns. 

Por fim, os revestimentos e pintura do seu apartamento devem ser pensados com cautela. O conselho da arquiteta e urbanista é apostar em tons claros. “Se você não tem certeza se irá ficar bom, o ideal é escolher cores e revestimentos mais neutros, e então depois usar itens de decoração para dar cor e personalidade para o ambiente”, orienta a arquiteta.