Trabalho em equipe

Especialista explica como desenvolver competências fundamentais no ambiente corporativo, como o trabalho em equipe e a cooperação.

Foto: Foto Banco de Imagens

“Se quer ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo”. A frase atribuída a um provérbio africano sugere a importância de se trabalhar em equipe. Quem colabora em um mesmo propósito prospera. Mas em tempos de transformação digital, encontrar meios para integrar de forma produtiva as equipes de trabalho é um dos desafios das organizações.

Ivan Correa, sócio-diretor da Posiciona Educação & Desenvolvimento e especialista em soluções de aprendizagem corporativa, reforça a importância de se gerar um ambiente de trabalho em equipe nas empresas. “O ambiente de trabalho é um dos elementos que mais influenciam o engajamento dos colaboradores e, em  tempos de crises de propósito, engajamento torna-se crucial”, argumenta. “Observamos que ambientes altamente competitivos, nos quais a cooperação fica muito tímida, o propósito individual pode ficar desalinhado do propósito empresarial. E raramente isso proporcionará aos envolvidos resultados sustentáveis”,  complementa.

O gestor aponta estudos como os do Fórum Econômico Mundial, os quais indicam que determinadas competências dificilmente serão substituídas pela tecnologia. “Trabalho em equipe e cooperação são duas dessas competências que, inclusive, facilitam o processo de transformação digital pelo qual as organizações vêm passando. Ou seja, é recomendável desenvolver competências que potencializem a inteligência natural, antes de avançar na artificial”, destaca o especialista.

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Ivan Correa, sócio-diretor da Posiciona Educação & Desenvolvimento e especialista em soluções de aprendizagem corporativa

Espírito de equipe
Como observa Ivan Correa, o que facilita o desenvolvimento do trabalho colaborativo é a confiança entre os membros da equipe. “Dificilmente o trabalho em equipe prospera em ambientes com baixo grau de confiança. Nesse sentido, confiança é um pré-requisito, do ponto de vista do indivíduo e também da organização. Essa confiança deve permitir o equilíbrio entre o melhor resultado individual e o melhor resultado para o grupo”, afirma. A partir daí, completa, o desafio é estimular a comunicação efetiva entre os envolvidos, assumindo que todos querem o melhor resultado para o grupo.

Quando não desenvolvem ou estimulam a cultura da colaboração, as empresas assumem um risco financeiro, uma vez que os resultados não se sustentam em uma equipe em que predomina o individualismo. Além disso, a falta desse espírito de equipe pode também prejudicar a vida pessoal do colaborador. "Dependendo do perfil do profissional, ambientes de baixa cooperação podem ser muito desgastantes, gerando stress e até mesmo burn-out” (esgotamento), destaca.

Seleção
No processo de seleção, a competência “trabalho em equipe” é uma das mais buscadas e o esforço dos Recursos Humanos é de identificá-la nos candidatos. “Se os valores da organização estão orientados à cooperação e ao trabalho em equipe, estes devem se manifestar por meio das competências desejadas. Ocorre que nem sempre se consegue isso a priori, dado que competências comportamentais se materializam efetivamente no dia a dia do trabalho”, observa Ivan Correa. Para minimizar as chances de trazer para a equipe candidatos que não possuam esse perfil, são aplicados testes situacionais, como dinâmicas de grupo que auxiliam nesse processo de seleção. 

Algumas características pessoais podem ajudar a trabalhar melhor em equipe. “Uma delas é a empatia, a capacidade de entender determinada situação se colocando no lugar do outro. Para aprimorar a empatia,  além de leituras específicas, pode-se tentar ouvir mais do que falar”, ensina o especialista. Outra característica, aponta Ivan Correa, é a humildade, ou a capacidade de assumir que não se sabe tudo sobre tudo. “Nesse sentido, começar a praticar uma nova atividade ou ir fazer um curso fora da sua área de domínio pode ajudar. Por fim, realizar alguns testes de autoconhecimento, como o ‘Janela de Johari’, podem  ajudar a entender como somos percebidos pelos outros, algo determinante na forma como somos tratados por eles nas interações”, finaliza.