Refazendo a rota

A insatisfação com o trabalho, se não tratada, afeta outras áreas da vida. Nessa hora, recalcular a rota da caminhada profissional é a melhor decisão para viver uma vida plena. E, para não errar na nova escolha, a reorientação profissional é uma opção bem-vinda. Entenda o trabalho.

A escolha da profissão, muitas vezes, se faz ainda bem jovem. Mas, com o tempo, novas experiências e autoconhecimento, aquele ofício escolhido aos 18 anos pode não fazer mais sentido para algumas pessoas e começa a causar infelicidade. A insatisfação com o trabalho, se não tratada, afeta outras áreas da vida, até mesmo a saúde. Nessa hora, recalcular a rota da caminhada profissional é a melhor decisão para viver uma vida plena. E, para não errar na nova escolha, a reorientação profissional é uma opção bem-vinda.

Ajuda profissional

A escolha da profissão nem sempre é um caminho fácil. No início da vida adulta, esta dificuldade pode ser resolvida com a orientação profissional. Porém, quando a pessoa já está no mercado, sentindo-se infeliz no que faz, é de se pensar numa reorientação profissional. “A reorientação acontece quando a pessoa já escolheu uma primeira profissão e quer mudar, mas não tem certeza da próxima escolha e prefere ter ajuda para não correr o risco de ‘errar’ novamente”, explica Massimiliana Beserra, psicóloga com formação em orientação profissional e avaliação psicológica.

Para ilustrar a situação, a especialista cita um médico que não gosta de interagir com seus pacientes, mas ama a medicina. “Em uma reorientação, ele pode mudar sua área de atuação, trabalhando como legista, pesquisador ou em um laboratório. Mas se ele odeia os procedimentos, a responsabilidade ou algo intrínseco ao juramento que fez ao se formar, seria bom a ajuda de um profissional habilitado para auxiliá-lo a procurar uma nova 
 carreira”, argumenta.

Legenda: Massimiliana Beserra: “A reorientação acontece quando a pessoa já escolheu uma primeira profissão e quer mudar".

Como explica a psicóloga, há casos em que a insatisfação com o que se faz, não necessariamente com o seu local de trabalho, mas com o tipo de atividade e suas nuances, pode causar tanta infelicidade que acaba afetando as demais áreas da vida, como familiar, amorosa e física. Esta é a hora de pedir ajuda profissional. “Os psicólogos usualmente fazem mais esse processo por terem legitimado o acesso aos testes psicológicos e técnicas que irão auxiliar mais profundamente nesse processo, mas há muitos pedagogos também se especializando na área e dando preciosas contribuições nessa escolha”, indica  Massimiliana Beserra.

De acordo com a psicóloga, o processo de reorientação é dividido em etapas, que começam pelo autoconhecimento e reconhecimento de potenciais, passando pelo conhecimento das profissões/ ocupações que existem e finalizando com a escolha propriamente dita. “O psicólogo atua como um mediador, um facilitador nesse processo, pontuando e sugerindo, apontando e ‘cavando’ um pouco mais fundo, para conciliar a personalidade à nova prática e ao saber profissional que se está buscando”, pontua.

Para se encontrar 

Quem se sente perdido profissionalmente precisa investir em algumas estratégias para (re) encontrar seu caminho. “Fazer psicoterapia é sempre bom para todos, mas nesse processo de busca, é essencial. Para o autoconhecimento e para buscar por ressignificações necessárias para a mudança que vem pela frente”, reforça a psicóloga. Deixar colegas de trabalho, rotinas e lugares pode ser uma mudança complexa para alguns. Daí a importância da ajuda profissional. Outra dica é buscar conhecer as profissões que o interessam, por meio da internet ou em conversas com pessoas da área de interesse. “Se possível for, experimentar um pouco da prática, da rotina de trabalho na profissão de interesse é fundamental e pode ser definitivo para a nova escolha”, avalia.