Redação: treino e clareza de ideias

Veja dicas de como escrever bem em concursos públicos

Escrever bem não é tão fácil. Principalmente em se tratando da norma culta da Língua Portuguesa, que tem inúmeras regras. Além disso, é preciso utilizar bons
argumentos e uma estrutura de ideias que faça sentido, dentro do objetivo que se está querendo comunicar. É uma tarefa que requer muita atenção e pode tirar o sossego daqueles que estão estudando para um concurso público.
É certo que nem todos os processos seletivos possuem uma prova discursiva, mas quando o candidato deve se expressar por meio de textos, a redação costuma ter um peso significativo na nota final, podendo até mesmo definir a aprovação ou não do pretendente ao cargo. Cheque o edital e esteja preparado.
A redação para concursos públicos tem certas particularidades, pois é preciso muita leitura e muito treino. No entanto, seguindo determinadas regras, é possível escrever um texto que impressione os avaliadores e leve o candidado à aprovação. 
O ponto de partida para escrever bem em um concurso público – e, de resto, em qualquer situação – é entender o tema que está sendo tratado. Sem esse princípio básico, as chances de se perder na hora de colocar as ideias no papel são grandes. Ler atentamente o enunciado e investir algum tempo refletindo sobre o que foi proposto podem fazer toda a diferença.

Foco e conhecimento
Uma das regras básicas para a redação em concursos públicos é jamais fugir do tema indicado. Se for um assunto que você domina, melhor! Se não, busque na memória tudo o que sabe de interessante sobre ele e destaque alguns pontos que podem ser bem explorados. Também vale ressaltar algumas palavras-chaves ligadas ao tema e, a partir delas, pensar nos argumentos que seriam importantes.
No entanto, mesmo que você esteja familiarizado com o tema da redação, não exagere. Evite frases longas, de impacto, duvidosas ou clichês. A melhor opção é pela simplicidade e objetividade – especialmente quando há pouco tempo para escrever. Você precisa apenas transmitir uma mensagem com clareza e bons argumentos. 
Na redação para concursos, a norma padrão da Língua Portuguesa é a que vale – apesar de o nosso idioma ser muito dinâmico e vir se transformando ao longo 
dos anos. Ou seja, nem pense em utilizar um vocabulário informal nessa ocasião.
É muito importante estar atento às regras de ortografia e gramática. Cuide para não haver equívocos de regência e concordância verbal e nominal. Se surgir uma dúvida em relação a uma palavra ou expressão, o melhor a fazer é substituí-las por um sinônimo.

Técnicas
Quando o candidato tem tempo para escrever, o ideal é fazer um rascunho do texto. Se você colocar o que vier à mente no papel aleatoriamente, é possível que novas perspectivas apareçam e contribuam para melhorar o texto. Leia algumas vezes o que foi escrito e reescreva até encontrar o tom certo: por exemplo, um parágrafo pode ficar mais ajustado em outro lugar, ou uma palavra pode ser substituída por um sinônimo para expressar mais adequadamente um argumento. Quando estiver bom, passe a limpo rapidamente na folha oficial da prova. 
Outro detalhe importante da redação é respeitar a estrutura do texto discursivo. Ele precisa ter partes básicas: introdução, desenvolvimento e conclusão. Elas
obrigatoriamente têm de estar interligadas, trazendo sentido à ideia central.
De maneira geral, a redação não deve ultrapassar 30 linhas. A primeira parte (introdução) deve ficar em um parágrafo de quatro a seis linhas, apresentando o que
será discutido. Reserve dois ou três parágrafos para o desenvolvimento do tema, mostrando o seu ponto de vista e os seus argumentos.  A conclusão deve encerrar o assunto em um parágrafo de, em média, seis linhas. 
Uma dica para uma introdução de impacto: divida o parágrafo em duas partes, sendo que na primeira você deixa claro que entendeu o tema proposto; em seguida, posicione-se diante do assunto, concordando, discordando, abordando sua importância. Isso é o que os professores chamam de tese do texto, e vai orientar todo o desenvolvimento da redação.
Não são todas as bancas que pedem título na redação. Se for o caso da sua prova, preferencialmente não utilize verbos nem coloque ponto final.
Como os cursos normalmente têm módulos especiais, divididos por disciplina, uma opção é pagar apenas pelo ensino daquelas que você tem mais dificuldade.
Por exemplo, se você não está habituado a escrever, pode investir em produção textual e Língua Portuguesa.

DICAS
. O desenvolvimento do texto deve ocupar pelo menos 60% da redação, tendo o maior peso da nota na questão discursiva. Por isso, é bom redigi-lo com muita atenção;
. Escrever bem não significa utilizar palavras difíceis ou termos rebuscados. Evite termos técnicos e, caso precise de alguma palavra mais específica, explique-a;
. Quando você não souber a grafia correta de uma palavra, faça o máximo de esforço para encontrar um sinônimo;
. Se a banca fornecer uma estrutura de tópicos para o texto, responda a esta estrutura na ordem exata pedida pela prova;
. Só coloque título e data e assine o texto se a banca pedir formalmente.

Preparação
Em que momento o candidato deve iniciar a preparação para a redação?
. Se não houver previsão de edital, com, em média, 6 meses de estudos nas matérias da prova objetiva;
. O estudo para a prova objetiva é prioridade, pois é preciso alcançar a nota de corte;
. Busque estudar por curso em videoaulas e depois por um curso que tenha correção de questões discursivas;
. Peça para outras pessoas lerem a sua redação;
. Treine a redação na folha padrão da banca examinadora.