Qual é a sua marca?

Assim como as empresas, os profissionais devem ter uma marca no mercado que os diferencie dos concorrentes. Conheça um pouco do personal branding e suas diferenças em relação ao marketing pessoal.

Marcas pessoais bem gerenciadas são relevantes e confiáveis no seu campo de atuação. E por entregarem mais do que prometem, são mais valorizadas. Isso é resultado de um trabalho consistente de personal branding, um conceito que se diferencia do marketing pessoal, mas se correlaciona. Entenda as diferenças e confira dicas de como pensar estrategicamente a gestão da sua marca.

Personal Branding ou Marketing Pessoal?

Independente da área em que a pessoa atua ou do momento em que esteja na carreira, o personal branding é fundamental para qualquer profissional e precisa ser aplicado de forma contínua. Quem está em busca de recolocação profissional deve compreender a gestão da marca pessoal como uma estratégia de diferencial competitivo diante dos outros candidatos à vaga de trabalho.

Mas, como explica a publicitária Céu Studart, professora universitária e Cofundadora da Desencaixa Marketing e Branding, conceito não se limita ao cuidado com a aparência e a imagem. “Para se construir uma marca pessoal sólida, é preciso credibilidade e reputação. Portanto, a aparência é importante, mas o conteúdo aliado ao saber fazer o que o cargo exige vai muito além de uma boa aparência e de um bom currículo. O mercado hoje exige um profissional que seja resolutivo e que consiga entregar muito mais do que prometeu”, ressalta.

Neste contexto, Personal Branding e Marketing Pessoal podem ser confundidos, mas, apesar de serem distintos, estão relacionados. “Personal Branding refere-se à gestão da marca pessoal, envolvendo as estratégias de construção e de desenvolvimento dessa marca. Em síntese, parte da essência da pessoa, do profissional e envolve ações de longo prazo, pois busca construir uma reputação de credibilidade para esse profissional”, explica Céu Studart. Já o Marketing Pessoal, completa, foca mais no que está visível e aparente desse profissional, buscando estratégias para se comunicar e promover no mercado. “Portanto, o Personal Branding é um conceito mais amplo e aprofundado”, resume.

Para a publicitária, não só é importante que os profissionais compreendam o conceito como o apliquem em seu dia a dia de forma estratégica e consistente. “Quando se fala em construção de marca, mesmo sendo uma marca pessoal, deve-se sempre considerar a construção de uma reputação, fruto do que nós chamamos de ‘ciclo de promessa e entrega’. Ou seja, se eu prometo, devo entregar. É básico assim. São vários ciclos desses, ao longo do tempo, que irão trazer a credibilidade, primordial para uma marca pessoal de sucesso. É a marca pessoal que fará o profissional se destacar na multidão, sendo percebido como especialista e relevante no seu campo de trabalho”, ensina Céu Studart.

Assim como as marcas corporativas precisam trabalhar seus diferenciais, fazendo com que o consumidor perceba mais valor nelas e até pagando mais por isso, o mesmo vale para os profissionais. “Profissionais que possuem um marca com maior valor agregado por seu conhecimento, habilidades e capacidade de solucionar problemas, tornam-se profissionais mais desejados pelo mercado e, consequentemente, com salários mais altos e benefícios melhores”, argumenta a professora universitária.

Como aplicar o conceito
Céu Studart explica que o Personal Branding compreende três pilares: o autoconhecimento, a estratégia da marca e a estratégia de comunicação. O autoconhecimento é o primeiro passo para gerenciar uma marca pessoal consistente com quem você é. “O profissional precisa se conhecer, conhecer os seus pontos fortes e os seus pontos que precisam ser melhorados. É preciso fundamentalmente descobrir o seu propósito de vida, ou seja, o porquê da sua existência, o que realmente lhe encanta e lhe faz feliz. Qual o seu papel no mundo? Ou seja, é preciso perceber qual atividade profissional tem um sentido especial para você. O autoconhecimento é importante para que a marca pessoal seja gerida em um alicerce sólido e não apenas superficial como a aparência”, explica a publicitária.

O segundo pilar – o da estratégia da marca – está relacionado aos seus concorrentes e ao mercado profissional em que você quer atuar. De acordo com Céu Studart, o profissional deve responder perguntas como: quais os meus diferenciais competitivos? O que sei fazer que os demais candidatos não sabem? O que faço bem? Qual o meu posicionamento? Ou seja, como quero que as pessoas me percebam? Qual a minha identidade verbal? Como me comunico verbalmente com as pessoas?

No terceiro e último pilar – o da estratégia de comunicação –, o profissional deverá refletir em como as pessoas ficarão sabendo sobre suas qualidades. “Será nas redes sociais? Se sim, qual será o conteúdo e a periodicidade dele? Será participando de eventos e palestras da área? Será escrevendo artigos sobre assuntos relacionados à sua profissão? Aqui é importante pensar em ações tanto on-line como off-line”, orienta Céu Studart.

Escrever um blog, fazer vídeos, networking, entre outras estratégias de gestão de marca pessoal, deve ser uma prática contínua e diferenciada. “Fique atento ao que as empresas estão exigindo e busque se qualificar. Vá além, não fique no que chamamos de ‘efeito manada’, ir para onde todos estão indo. É preciso ter um currículo com o que o mercado espera, mas mais ainda com o que muitos dos outros candidatos não possuem”, arremata a publicitária.

Legenda: Céu Studart, publicitária, professora universitária e Cofundadora da Desencaixa Marketing e Branding.

DICAS
- Seja incansável na busca do conhecimento e sempre procure relacionar esse conhecimento com a prática, trazendo soluções para as empresas em que trabalha ou para o negócio que empreende.
- Tenha o networking como uma ação contínua e não apenas quando precisa de algo. As pessoas precisam lembrar de você como alguém que colabora, não como alguém que sempre pede algo.
- Busque se conhecer. O autoconhecimento é a chave para a construção da marca pessoal de forma verdadeira, genuína e consistente.
- Apareça. Participe de eventos, feiras, palestras e congressos.
- Amplie a sua rede. Busque conversar e se relacionar com pessoas de outras áreas de trabalho. Isso amplia a sua visão de mundo e colabora para que seja um profissional mais criativo.
- Cuide da sua aparência e das suas redes sociais como uma vitrine para a sua carreira.
- Considere o seu propósito de vida quando escolher a empresa em que vai trabalhar.
Fonte: Céu Studart, publicitária, professora universitária e Cofundadora da Desencaixa Marketing e Branding.