Concurseiro viajante

Além da disciplina de estudo, o concurseiro que decide tentar aprovação fora da sua região precisa ser estratégico na organização da viagem. Confira dicas.

Legenda: Matheus Nascimento: planejamento de viagem pode ajudar muito na aprovação.

Vale a pena viajar para prestar concurso fora do Estado? Quem foi aprovado acredita que sim. Oportunidades no Brasil todo existem, mas é preciso sair da zona de conforto e descobrir a melhor estratégia de planejamento para incluir as viagens na rotina de concurseiro.

Aprovação fora do Estado

Matheus Nascimento estudava para concurso desde 2014 até ser aprovado, em 2018, no concurso da Defensoria Pública da União (DPU), para o cargo de Defensor Público Federal, lotado em Rio Branco (AC). Mas para conseguir a aprovação, o cearense, formado em Direito, precisou atravessar as fronteiras do Estado em busca da sua oportunidade. Matheus Nascimento conta que viajou para 11 Estados brasileiros para fazer provas para Defensoria Pública Estadual (DPE), Tribunais de Contas (TC), do Trabalho (TRT), de Justiça (TJ) e Regionais Federais (TRF). “Além da DPU, fui aprovado na DPE RN, TJ PI, TRF1, TJ BA e TCE CE. Todas as provas foram realizadas nas capitais dos respectivos Estados, salvo a do TJ BA, feita em Feira de Santana”, afirma.

Além da disciplina de estudo, o concurseiro que decide tentar aprovação fora da sua região precisa ser estratégico na organização da viagem. Há quem prefira contratar empresas que vendem pacotes completos, incluindo passagem, hospedagem, transfer para a prova, entre outros benefícios. Mas esse não foi o caso de Matheus Nascimento. A tática dele era comprar as passagens aéreas no dia ou poucos dias depois de lançado o edital do concurso.

O gasto médio por viagem variava de R$ 500 a R$ 1.000. Para ele, uma das formas de reduzir os custos era ficar na casa de amigos ou parentes. “Outra opção era dividir o quarto de hotel com colegas que fariam a mesma prova. Para transporte, eu utilizava Uber, metrô ou trem”, completa. Outra dica do concursado é fazer amizades com candidatos de outros Estados, “pois, caso não tenha família na cidade de prova, o amigo concurseiro feito nas redes sociais pode hospedá-lo e você fazer o mesmo quando ele vier para a sua cidade”.

Viagens em grupo

Dependendo do perfil, viajar por excursão pode ser uma opção mais viável, já que o concurseiro não perderá tempo na busca de hospedagem e passagens e ainda contará com toda a assistência de uma empresa. Além disso, poderá proporcionar o contato com outras pessoas que estão vivenciando o mesmo objetivo, criando vínculos e troca de informações. Para os empresários Beatriz Palmela e Felipe Monte, sócios da Viaja Concursos, empresa especializada em excursões para concurseiros, a tranquilidade e o conforto do candidato é o diferencial para quem busca o serviço. “Damos suporte 100%, desde a hora da contratação e durante a viagem: psicológico, orientações de estudos e preparação pré-prova. Nos doamos 100% para que aquele fim de semana seja exclusivo para a tranquilidade deles. Muitos se tornam nossos amigos e estreitam os laços entre a equipe e os demais candidatos”, relatam os empresários.

Legenda: “Trabalhamos com concurseiros há mais de 10 anos e isso facilita a relação de empatia, pois entendemos as reais necessidades e o que esse nicho de mercado enfrenta na busca da tão sonhada estabilidade profissional”, contam Beatriz Palmela e Felipe Monte, sócios da Viaja Concursos.

Beatriz e Felipe trabalham em um cursinho preparatório para concurso e há dois anos perceberam a oportunidade de empreender, organizando viagens para os alunos. Na primeira excursão, conseguiram a adesão de 125 viajantes. “Trabalhamos com concurseiros há mais de 10 anos e isso facilita a relação de empatia, pois entendemos as reais necessidades e o que esse nicho de mercado enfrenta na busca da tão sonhada estabilidade profissional”. O negócio deu tão certo que hoje recebem clientes solicitando viagens com saídas em todos os Estados.

Planejamento

Por conta própria ou por meio de agência, não há jeito certo de viajar, mas aquele que funciona ou não para você. Se quer mais tranquilidade e não se desgastar com busca de passagens e hospedagens, a agência pode ajudar. Se prefere fazer tudo por conta própria, sem terceirizar o serviço, está tudo certo também. No final, o importante é que o planejamento favoreça o seu objetivo: a aprovação no concurso. 

Dica de concurseiro viajante

Matheus Nascimento viajou para 11 Estados do Brasil até conquistar o tão sonhado emprego público. Para quem vai embarcar nessa jornada, ele deixa algumas dicas:
- Utilize o aplicativo Skyscanner para acompanhar a cotação de preços de passagem;
- Baixe aplicativos de reserva de hotéis e cadastre-se em sites das redes hoteleiras para acompanhar promoções nas reservas;
- Faça amizades no mundo dos concursos públicos, pois, caso não tenha família na cidade de prova, o amigo concurseiro feito nas redes sociais pode hospedá-lo e você fazer o mesmo quando ele vier para a sua cidade;
- Não se acanhe em pedir a familiares e amigos nas cidades das provas para hospedá-lo;
- Procure hotéis próximos ao local da prova: considere que mesmo que um certo hotel seja mais em conta, deve-se também pensar na distância até o local do teste, bem  como o engarrafamento no seu entorno;
- Programe-se para não chegar atrasado;
- Tenha cuidado na noite anterior à prova para não beber em excesso ou experimentar comidas típicas que podem não lhe cair bem. Tenha uma alimentação leve, durma cedo e deixe separados sua caneta, sua água e lanche para a prova.