A carreira de diplomata

Conheça mais sobre a profissão que promove os interesses brasileiros no plano internacional e sobre o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD).

Considerado um dos mais difíceis certames do Brasil, o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD) acontece anualmente. Os 5 mil inscritos (em média) disputam uma das cerca de 30 vagas para representar o País e promover os interesses brasileiros no plano internacional. Os diplomatas também trabalham para fortalecer os laços de cooperação do Brasil com seus parceiros externos e prestam assistência aos brasileiros no exterior. O CACD é a única forma de ingressar nessa profissão.

Como a prova para o mencionado certame reúne diversos temas a serem estudados, isso exige dedicação e tempo para que seja feita uma boa preparação. Por isso, em primeiro lugar, é preciso se planejar, relata Priscila Amaral Zillo, fundadora do Curso Sapientia, específico para a preparação de candidatos ao CACD. “O estudo para este concurso demora alguns anos, e a evolução da preparação depende muito do estudo consistente e do nível de resiliência do candidato”, alerta a profissional.

Foco na preparação
Emanuel Sebag de Magalhães, economista, diplomata e missionário da Comunidade Católica Shalom, afirma: “Trago o desejo de ser diplomata desde bem novo. Sempre achei que era um sonho distante, algo muito difícil e, por isso, encarei o projeto como algo de longo prazo”. Até a graduação em Economia, na Universidade Federal do Ceará (UFC), e o mestrado em Economia Política Internacional, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foram escolhas voltadas para o desejo de se tornar diplomata.

Priscila Zillo explica que o nível de exigência do conhecimento de línguas (português, inglês, francês e espanhol) no CACD é absolutamente superior a qualquer outro concurso público, e que essas quatro matérias trazem consigo uma enorme capacidade de influenciar o resultado final do certame. Sabendo disso, Emanuel diluiu o estudo de línguas em um período que começou antes mesmo de ele entrar na faculdade.

Metodologia
Nos dois anos antes de ser aprovado, ele realizou algumas estratégias que considera importantes ao êxito no CACD. Uma delas foi se reunir, aos domingos, com colegas que já se dedicavam ao concurso com o objetivo de discutir pontos do edital, com enfoque em questões de terceira fase (questões discursivas).

Outras estratégias foram resolver listas de exercícios, assistir aulas de correção, aprofundar leituras e repassar o conteúdo do edital com anotações e bibliografias específicas. Com essa metodologia, ele obteve o primeiro lugar no TPS (como é a chamada a primeira fase da prova) de 2016, ano em que conseguiu a aprovação no concurso.

Além disso, Emanuel dividia seu dia como se estivesse cumprindo horário de trabalho, com determinadas horas de estudo por dia para cada matéria. “Sempre sabia o que deveria fazer durante meu dia, o que me poupava muito tempo na hora de tomar decisões sobre o que estudar. Percebo que alguns candidatos se perdem aí. Fiz alguns cursinhos para cobrir lacunas em meus estudos, como de História do Brasil e Inglês”, pontua o diplomata.

Além do conhecimento

Legenda: Emanuel Sebag

Emanuel Sebag de Magalhães comenta que a parcela de contribuição daquilo que transcende a parte cognitiva foi muito importante para sua aprovação. “Primeiramente, minha família me apoiou na decisão de voltar para Fortaleza, interrompendo minha trajetória acadêmica. Para além do apoio em casa, minha esposa, então namorada, também me deu um suporte incrível. Para esfriar a cabeça, eu gostava de surfar e andar de skate. Quase sempre, no sábado de manhã, tirava um horário para ir à praia com os amigos. Acima de tudo isso, equilíbrio espiritual é fundamental nessa caminhada. Sou consagrado da Comunidade de Aliança da Comunidade Católica Shalom. A vida de oração, a vida fraterna da comunidade e os sacramentos compõem, sem dúvida, o alicerce de toda a minha vida e, certamente, me auxiliaram nesse processo”, finaliza o diplomata.

Curiosidades
. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) é o órgão da administração pública federal responsável pelas relações do Brasil com os demais países e pela participação brasileira em organizações internacionais.
. Devido ao fato de a sede do MRE se localizar, até 1970, num prédio conhecido como Palácio do Itamaraty, o Ministério passou a ser conhecido pelo nome do edifício que o abrigava. O costume foi mantido à época da mudança para Brasília, pois o Palácio dos Arcos – nome original do edifício concebido por Oscar Niemeyer – não tardou a ser chamado "Palácio Itamaraty".
. O ingresso na carreira diplomática se dá por meio de concurso realizado pelo Instituto Rio Branco, órgão do Itamaraty encarregado da seleção, do treinamento e do aperfeiçoamento de diplomatas. O Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata é realizado anualmente desde 1946.
Fonte: http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/perguntas-frequentes#I.2