Estudar legislação

Está se preparando para concursos e tem dificuldade em estudar tantas leis? Especialista traz orientações para superar essa barreira.

Foto: Foto Banco de Imagens

Estudar legislação é um dos grandes obstáculos para quem está se preparando para concursos públicos. A menos que você seja totalmente acostumado aos  textos jurídicos, é comum começar a ler a lei e quando chega na leitura do artigo 10, tem que voltar ao 1º, pois já esqueceu tudo o que foi lido. Ou então o aluno  terminou a leitura de um artigo e sente como se precisasse apertar a tecla SAP e “traduzir” tudo o que está escrito, pois parece que está em outro idioma. No entanto, fácil ou difícil de ser assimilado, o conteúdo continua sendo exigência para a prova. Esse é um drama que pode acontecer em concursos de todos os níveis, médio ou superior.

Se o aluno tem a oportunidade e condições de frequentar um curso preparatório para concursos públicos, ainda conta com a ajuda do professor na hora das aulas, quando são citados exemplos, palavras são “traduzidas” e explicações são dadas sobre o porquê da criação de determinada lei. Até aí, tudo parece fácil. Mas e na hora do “vamos ver”, quando o aluno vai rever a matéria em casa ou estudar sozinho? É nesse momento que as dificuldades aparecem. “A falta de familiaridade com o tema, o vocabulário ‘estranho’ e a falta de contextualização de determinadas leis dificultam o processo de aprendizado”, atesta a professora Izabela Dornelas Corrêa, professora da Central de Concursos – empresa com 29 anos de experiência em preparação para concursos públicos.

Se essa situação já aconteceu com você ou com alguém que você conhece que também está na preparação para concursos públicos, confira as importantes dicas da especialista para superar essa adversidade e ter sucesso no seu objetivo. “É melhor ler apenas cinco artigos por dia entendendo cada um deles, do que ler a lei inteira e não entender nada”, garante Izabela Dornelas Corrêa (FOTO).

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Izabela Dornelas Corrêa, professora da Central de Concursos. Foto: Divulgação

1. SITUAR-SE
Antes de iniciar a leitura de qualquer lei, contextualize, saiba os motivos que determinaram a criação daquela lei. Por exemplo, não dá para estudar a lei nº 11.343/06, “Lei de Tóxicos”, sem entender que ela foi criada para revolucionar a forma que o poder público encara o problema das drogas, que antes era um problema exclusivamente de segurança pública e passou a ser encarado como um problema de saúde pública.

Sem esse entendimento, fica muito mais difícil de compreender as diferenças entre as sanções aplicadas pelo artigo 28 e pelo artigo 33 desta lei, que é extremamente cobrada nos concursos da Polícia Civil, e nos concursos internos da Polícia Militar para ingresso na Escola Superior de Sargento. Se o aluno iniciar a leitura das leis sem observar detalhes como a época e o contexto em que elas foram sancionadas, encontrará diversas dificuldades de interpretação, normas que eventualmente entrem em conflito, além de vocabulário arcaico.

No entanto, se o aluno já sabe que é uma lei antiga, escrita em outro momento histórico, ele já inicia a leitura com um dicionário aberto, ou uma “aba” do Google para auxiliar na busca pelo significado de certas palavras e termos.

2. CALMA
É melhor ler apenas cinco artigos por dia entendendo cada um deles, do que ler a lei inteira e não entender nada. É melhor deixar a preguiça de lado, raciocinar e interpretar cada artigo, buscando exemplos. Tente relacionar a norma lida com alguma situação do cotidiano, grife as palavras que não sabe o significado e pesquise-as. Não faça leitura dinâmica.

Determinadas bancas, quando cobram artigos de lei em questões, mudam uma palavrinha – às vezes no final da  alternativa, trocando o termo “vedado” por “permitido”, ou “facultado” por “obrigatório” –, que modifica todo o significado da alternativa e faz o candidato mais desatento perder uma questão e cair várias posições na classificação final.

Portanto, estudar legislação é muito mais sobre a qualidade do que a quantidade de leitura.

3. PRATIQUE
Resolva questões. Sempre. Se tiver pouco tempo disponível por dia para o estudo da lei, e tiver que escolher entre a leitura da “lei seca” e a resolução de questões, não tenha dúvida em dedicar-se à resolução de questões.

O ideal é aliar a leitura da lei com a resolução de questões, mas como os dias às vezes são mais corridos, ou você não está com a cabeça boa para ler e a capacidade de concentração está reduzida, resolva questões. Só assim você se familiariza com a forma que o tema é abordado nas provas e, mesmo que erre todas as questões no simulado, ao ver a alternativa correta no gabarito o aluno acaba lendo uma parte da lei.

A resolução de questões é uma forma mais dinâmica, interativa e desafiadora do que a simples leitura, pois desafia o candidato a buscar se superar e principalmente induz a ler e entender o porquê de ter errado.

Se o aluno resolver 10 questões por dia, ao final do mês serão 300 questões. São 300 “lidas” que o aluno acaba dando nos artigos mais cobrados em provas anteriores, de uma forma menos cansativa do que a “leitura corrida”.