Água prejudica peças e o bolso

Em dia de Chuva, todo cuidado é pouco para não sair no prejuízo e ter que trocar peças caras de seu carro

Uma boa chuva alegra muita gente no Ceará. Mas o seu carro pode não sorrir muito com a água e algumas peças ficam muito prejudicadas.

A água tem a propriedade de oxidar (enferrujar) os metais e terminais elétricos. Por causa disso, com o tempo, rolamentos e esticadores de correia podem começar a fazer ruído. Relês elétricos e módulos eletrônicos podem sofrer mau contato. Enfim, uma série de pequenos problemas que lhe obrigarão a fazer mais algumas visitas ao mecânico.

Dano maior quando a água entra no motor. Veja só o que pode acontecer: o motor de um automóvel funciona comprimindo uma mistura de ar e combustível. No momento final da compressão é que a vela solta uma faísca, gerando a combustão (explosão).

Quando a água entra no cilindro e ocupa o lugar do ar, o pistão não consegue comprimi-la e acaba se deformando e entortando a respectiva biela, provocando o travamento do motor. Este problema é conhecido como calço hidráulico.

Se você estiver atravessando um alagamento e o motor do seu carro apagar, não tente fazê-lo pegar, não dê a partida. Espere a água abaixar e guinche o carro para uma oficina ou concessionária. Lá eles farão a limpeza interna do motor, trocarão o óleo e substituirão o filtro de ar. Somente depois deste serviço é que o motor poderá ser colocado em funcionamento novamente. Aqueles motoristas que insistirem em fazer o carro pegar, com o motor cheio de água, terão que provavelmente retificar o motor. Dependendo do modelo do carro, terão que desembolsar desde R$ 3 mil, para um carro 1.0, até R$ 30 mil, para algum importado.

E quando o carro é antigo, o prejuízo tende a ser maior. Borracha ressecada é tudo que a água precisa para invadir seu bólido. Os automóveis saem de fabrica com vedadores, guarnições e tampões necessários para evitar que tanto a água da chuva quanto pequenos alagamentos causem algum tipo de dano. Porém, em veículos com mais de dez anos de uso, estes vedadores podem ressecar e perder a função.

Entre eles estão guarnições das portas, tampões do assoalho, terminais de chicotes elétricos, guarnição da porta malas, coifa da homocinética, vedadores dos módulos eletrônicos.

Por dentro

E internamente do veículo, se entrar água? Neste momento nem pense em economizar: caso contrário, seu carro se transformará em uma "casa de praia ambulante", basta abrir a porta e aquele cheiro de mofo e umidade invadirão seu nariz.

Para não ficar mau cheiro será preciso retirar os bancos e remover os tapetes. Peça para trocar a forração de algodão que fica embaixo do carpete. Quanto aos bancos, será necessário tirar as capas, mesmo que sejam de couro. As espumas dos bancos são outra fonte mau cheiro: será necessário lava-las e, principalmente, secá-las adequadamente.

É preciso ainda lavar o motor e tirar todos os resíduos que ficaram presos nos freios e no radiador.

Aproveite esta etapa e solicite a aplicação de algum spray lubrificante, tipo limpa contato, e passe em todos os conectores e cabos elétricos. Não se esqueça de verificar o compartimento do estepe: tem gente que só descobre que entrou água no porta-malas quando tem que usar o macaco e percebe que ele está todo enferrujado.

Como dirigir na chuva

Para auxiliar os condutores em seus trajetos diários, o coordenador dos centros Automotivos Porto Seguro, Ronaldo Espindola, destaca algumas dicas. Ter uma boa visibilidade é essencial para manter a segurança na época de chuvas, por isso, o limpador de para-brisa deve estar em perfeito estado. Riscos de borracha no vidro e o som emitido pela peça são indícios de que está na hora de mudar a peça.

Em dias chuvosos, farol aceso, porque tendem ser naturalmente mais escuros. Por isso e por uma questão de segurança, o motorista deve estar atento na revisão das luzes dos faróis e lanternas.

A aquaplanagem é um fenômeno conhecido por muitos motoristas, que praticamente perdem o controle do carro devido à falta de aderência. Assim, é essencial que o condutor confira sempre o estado dos pneus, medindo a profundidade dos sulcos (ranhuras na borracha), pois são eles que apontam a condição atual da borracha.

Mais informações

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