Legislativo Judiciário Executivo

Invasão no CNJ inclui mandado em que Alexandre de Moraes determina própria prisão

Corregedoria considera possível participação de servidores do Poder Judiciário

Escrito por Redação ,
Alexandre de Moraes
Legenda: Alexandre de Moraes é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

Um falso mandado de prisão foi expedido contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O documento tem assinatura dele mesmo. Por esse motivo, uma possível invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é investigada.

O registro fraudulento contra Moraes foi expedido nessa quarta-feira (4). O CNJ identificou inconsistência 'fora do padrão' no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP), administrado pelo órgão, e restringiu o acesso ao sistema. 

A Corregedoria Nacional de Justiça instaurou processo, nesta quinta-feira (5), para apurar o uso indevido de credencial de acesso ao BNMP. O mandado falso foi gerado próprio banco, indicando possível participação de servidores do Poder Judiciário, aponta a corregedoria. 

“Nada obstante o documento revele conteúdo ideologicamente falso, trata-se de fato que atenta contra a autoridade de Ministro da Corte Suprema, além da possível violação das barreiras de segurança de relevante sistema informático do Poder Judiciário, auxiliar das autoridades judiciárias da justiça criminal na gestão da expedição dos mandados de prisão e dos alvarás de soltura em todo o território nacional", diz o processo aberto. 

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O falso mandado contra o ministro incluía termos políticos e o condenava a pagar uma multa de R$ 22,9 milhões - o mesmo valor da multa imposta ao PL, partido de Bolsonaro. "Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L", diz o documento fraudulento.

A Polícia Federal investiga o caso. A Presidência do CNJ e o ministro Alexandre de Moraes foram comunicados sobre as medidas adotadas e devem enviar provas ou elementos que possam colaborar com as investigações, segundo o CNJ.

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, acompanha o caso de perto, segundo informações da CNN. Os policiais trabalham com as hipóteses de ma fé, roubo ou clonagem de credencial usada por um servidor do CNJ.

Os serviços fornecidos pelo BNMP já foram restabelecidos.

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