Legislativo Judiciário Executivo

CPI da Covid-19 aprova quebra de sigilo e busca e apreensão de celular de motoboy

Motoboy é funcionário de empresa investigada por corrupção junto ao Ministério da Saúde

Escrito por Diário do Nordeste e Agência Senado ,
Motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva em depoimento na CPI da Covid-19
Legenda: Motoboy depôs aos senadores em sessão desta quarta-feira (1º)
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

A CPI da Covid-19 aprovou, nesta quarta-feira (1º), quebra de sigilo integral e busca e apreensão do celular do motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva. Ele é funcionário da VTC Log, empresa de logística investigada por suspeita de corrupção junto ao Ministério da Saúde (MS).

O motoboy foi incluído na pauta dos parlamentares após não ter comparecido à sessão dessa terça (31), amparado por habeas corpus que lhe concede direito de ficar calado ou não prestar depoimento. No entanto, nesta quarta, ele compareceu espontaneamente à Comissão, com anuência da diretoria da VTC Log.

Durante o depoimento, os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediram que ele entregasse o celular para extração de dados, mas o depoente se recusou a fazê-lo. Mesmo com a senadora Simone Tebet (MDB-MS) intercedendo pelo pedido, Ivanildo manteve sua decisão.

Saque na 'boca do caixa'

Em depoimento, o motoboy disse já ter sacado R$ 430 mil "na boca do caixa" a pedido do setor financeiro da companhia, responsável pelo transporte de insumos e vacinas. O saque ocorreu em uma agência da Caixa Econômica Federal no Aeroporto de Brasília.

Segundo o portal G1, o motoboy sacou mais cerca de R$ 4,7 milhões em dinheiro para a empresa, conforme relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Questionado se pagava fornecedores ou entregava recursos a alguém, ele negou que essa fosse sua tarefa.

"Eu não cheguei a entregar dinheiro nas mãos para ninguém. Eu pagava os boletos, às vezes fazia depósitos. Não tenho conhecimento de alguém específico para poder fazer esse pagamento", afirmou, citando "boleto de combustível" e faturas de cartões de sócios da empresa como exemplos.

"O financeiro da empresa me passava os cheques para mim [sic] fazer os saques e aí eu executava", disse o funcionário. Segundo ele, a ordem das transações era de Zenaide Sá Reis, responsável pelo setor financeiro da companhia. A convocação dela para prestar depoimento à CPI também foi aprovada nesta quarta.

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