Legislativo Judiciário Executivo

André Fernandes é condenado a pagar R$ 50 mil de indenização por ofensas contra jornalista

Em 2018, deputado cearense acusou repórter de oferecer sexo em troca da informações

Escrito por Redação ,
Legenda: Juiz salientou que fala de André tem teor machista

O deputado estadual cearense André Fernandes (Republicanos) foi condenado a pagar R$ 50 mil de indenização à jornalista Patrícia Campos Mello, do jornal Folha de S. Paulo, após ofensas contra a profissional em 2020. A decisão de primeira instância foi preferida pelo juiz Vitor Frederico Kümpel, da 27ª Vara do Foro Central Cível de São Paulo nesta segunda-feira (19). Ainda cabe recurso da decisão. 

Veja também

Um dos aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Ceará, Fernandes - assim como o próprio Presidente da República -, fez ataques públicos à profissional de impressa, inclusive utilizando as redes sociais. 

Em 2018, a jornalista publicou reportagem no jornal paulista, na qual detalhava um esquema irregular de disparo em massa, por meio das redes sociais, de notícias contra o PT, partido rival de Bolsonaro na disputa no 2º turno. 

O deputado cearense fez declarações consideradas "machistas" pelo magistrado, no mesmo dia em que Hans River, um funcionário de uma das empresas apontadas como parte do esquema de disparo de mensagem, disse, na CPI das Fake News, que Patrícia havia oferecido sexo em troca da informação.

Relembre

No Twitter, André Fernandes fez coro à acusação que, posteriormente, foi demonstrada falsa com apresentação de conversas entre a jornalista e o depoente da CPI. 

Importante notar que o réu tem milhares de seguidores o que acabou por potencializar ainda mais o caráter das ofensas proferidas contra a autora. Diversamente do quanto alegado pelo réu, o teor de suas postagens não revela divergência política, mas evidente ofensa à uma determinada pessoa
Vitor Frederico
Juiz

O magistrado pontuou ainda que, "como representante do povo, esperar-se-ia do réu uma postura minimamente sóbria e equilibrada, o que aliás, tem sido rechaçado por muitas figuras políticas e sociais na atualidade". 

Procurada, a assessoria do deputado afirmou que ainda não há decisão sobre se manifestar ou não da decisão.