Polícia Federal faz buscas contra ex-funcionário da Presidência no caso das joias

Em operação, agentes tentaram apreender o celular de servidor

Marcelo da Silva Vieira, chefe do Gabinete de Documentação Histórica da Presidência da República no mandato de Jair Bolsonaro (PL), é alvo da Polícia Federal, nesta sexta-feira (12). A força de segurança realiza buscas, no Rio de Janeiro, no caso das joias sauditas. Em operação, agentes tentaram apreender o celular dele. As informações são do G1.

Em depoimento à PF no mês passado, Vieira havia afirmado que Bolsonaro participou de um telefonema sobre um ofício feito pelo tenente-coronel Mauro Cid, para tentar resgatar as joias de R$ 16,5 milhões apreendidas pela Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos.

Conforme a TV Globo, Vieira disse em depoimento que havia prometido entregar o celular para a perícia e só não deixou o aparelho no dia porque “estava atrasado” e iria “pegar um voo”. O servidor acabou mudando de ideia e não entregou o telefone.

Conversas via WhatsApp

A jornalista Andréia Sadi também divulgou informações sobre assunto. No depoimento, segundo a jornalista apurou, o servidor contou que, em dezembro de 2022, Cid pediu para ele assinar um ofício que seria enviado à Receita para solicitar a incorporação dos bens aprendidos pela presidência.

As negociações ocorreram por WhatsApp, e não por vias oficiais. Mauro Cid enviou ofício para Vieira em 27 de dezembro, às vésperas de Bolsonaro deixar o governo e partir para os Estados Unidos, e em meio à operação casada entre o gabinete de Bolsonaro e a chefia da Receita Federal para recuperar as joias.

Vieira se negou a fazê-lo. Depois da negativa, os dois falaram ao telefone sobre o assunto. Em seguida, Vieira disse à PF não se lembrar quem fez a ligação.

Durante o contato, Vieira contou à PF que “Mauro Cid colocou a ligação no modo viva-voz e pediu ao declarante para que explicasse ao presidente da República essa situação e por que não poderia assinar”.

Vieira afirma, então, deu explicações técnicas sobre a impossibilidade e que Bolsonaro disse “Ok, obrigado”.