O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), deputado Evandro Leitão, formalizou, nesta segunda-feira (11), pedido de filiação ao Partido dos Trabalhadores (PT), durante reunião com o presidente estadual, Antônio Filho, o Conin, e o presidente do PT Fortaleza, o deputado estadual em exercício Guilherme Sampaio.
O encontro estava previsto para acontecer na sede do PT, na Av. da Universidade, em Fortaleza, pela manhã. Contudo, o local acabou sendo mudado. No mesmo horário, a sede do partido foi ocupada por manifestantes que cobravam políticas de moradia ao Governo do Estado.
O encontro ocorreu horas depois, a portas fechadas. Também participaram os deputados estaduais Larissa Gaspar, De Assis Diniz, Jô Farias, Nizo Costa e Juliana Lucena.
"Evandro é um antigo amigo e aliado do PT, companheiro de projeto e de lutas, um grande quadro da política cearense, e terá muito a contribuir com nosso partido no Ceará e na reconstrução do Brasil", escreveu o presidente do PT Ceará. O pedido deve agora ser validado pela Executiva estadual do PT em reunião marcada para esta quinta-feira (14).
Já a cerimônia de filiação do presidente da Alece ao PT deve ocorrer no próximo sábado (16), em evento com autoridades petistas, como o governador Elmano de Freitas. Além dele, outros dissidentes pedetistas, como prefeitos, também devem ser admitidos no partido durante a cerimônia de olho nas eleições municipais de 2024.
A formalização deve por fim à novela sobre o destino partidário do presidente da Alece, já que ele recebeu convites de diversas agremiações, como PSB, MDB, Podemos, Republicanos.
A ida de Evandro Leitão para o partido deve intensificar a disputa interna pela candidatura petista à Prefeitura de Fortaleza, já que ele é ventilado como pré-candidato. Todavia, o partido já conta com pelo menos outras três pré-candidaturas: dos deputados estaduais Guilherme Sampaio e Larissa Gaspar e da deputada federal Luizianne Lins — que já foi prefeita da Capital e tem alegado que não irá abrir mão de sua candidatura.
Situação no PDT
Evandro Leitão recebeu carta de anuência para sair do PDT sem perder o mandato em agosto deste ano, com o partido sob o comando do senador Cid Gomes. A medida buscava justamente possibilitar que o deputado encontrasse uma outra sigla para efetivar a sua candidatura ao Paço Municipal no ano que vem, tendo em vista que não havia possibilidade dentro do PDT — partido do prefeito de Fortaleza, José Sarto, que deve tentar a reeleição.
A deliberação do diretório estadual causou uma série de reações da cúpula nacional, que tenta até hoje reverter a situação na Justiça.
A última decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), no entanto, é favorável a Evandro. No fim de outubro, a Corte reconheceu, por unanimidade, a desfiliação do parlamentar sem a perda do mandato de deputado estadual. Agora, resta embargos de declarações apresentados pela Executiva Nacional do PDT para o TRE-CE analisar. O julgamento deve ocorrer na próxima semana.
Presidente nacional interino do PDT e ex-presidente do PDT Ceará, o deputado federal André Figueiredo informou que deve recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quando os recursos esgotarem na Corte Eleitoral cearense.
Debandada
Em meio a isso, outros deputados pedetistas, o senador Cid Gomes e mais de 40 prefeitos articulam deixar o PDT sob a justificativa de "perseguição". A legenda está dividida em duas alas desde a eleição de 2022: a do senador Cid Gomes, que defende a retomada da aliança com o Governo do Estado, e a de André Figueiredo, que quer ser oposição.
Além do Diretório Nacional, aliados de André Figueiredo, como o ex-prefeito Roberto Cláudio, detêm o comando do PDT Fortaleza. Por isso, o nome de Evandro não seria uma possibilidade de candidatura em 2024. Ademais, a presidência do senador no partido vem sendo alvo de embate judicial desde a concessão da carta de anuência para o presidente da Alece.