O deputado federal delegado Da Cunha (PP-SP) virou réu por violência doméstica, na Justiça de São Paulo, nesta sexta-feira (27). A nutricionista Betina Raísa Grusiecki Marques o acusa de cometer agressões físicas e psicológicas que a levaram a perder a consciência e desmaiar.
As informações são da Folha de S. Paulo. Na decisão, o juiz Leonardo de Mello Gonçalves, da 2ª Vara Criminal de Santos, determinou que o parlamentar tem até 10 dias para apresentar a defesa.
O magistrado pediu à vítima a entrega dos itens supostamente danificados por Da Cunha para serem periciados. A medida protetiva solicitada por Betina também foi mantida. O deputado federal ainda não se manifestou sobre o ocorrido.
Uso de arma de fogo
Foi também negado o pedido de apreensão das armas de fogo do acusado. Mello Gonçalves alega que o fato do réu ser delgado e deputado federal, "seu direito de possuir e portar armas de fogo está intimamente ligado à necessidade de sua autodefesa".
O juiz reitera também que as agressões relatadas pela vítima não foram realizadas com o uso de arma de fogo.
Gabriela Manssur, uma das advogadas da nutricionista, lamentou a decisão da não retenção de armas de Da Cunha. "Existe legislação específica, como a medida protetiva de urgência prevista na Lei Maria da Penha, que prevê a suspensão da posse ou restrição do porte de armas em caso de violência doméstica. A existência de arma de fogo em situação de violência doméstica pode dar causa à ocorrência de crime mais grave", diz Manssur.
Entenda o caso
Conforme Boletim de Ocorrência, a nutricionista Betina Grusiecki conta que após Da Cunha ingerir bebida alcoólica, ele começou a xingá-la de "lixo" e "putinha", no último sábado. Em seguida, a ela começou a ser agredida.
Ainda conforme a mulher, ela desmaiou após ter o pescoço apertado e bater a cabeça na parede. Quando acordou, ao ver o parlamentar ir em sua direção, jogou um secador de cabelos nele.
Os xingamentos por parte do deputado federal continuaram. Ainda agredindo a cabeça da companheira em direção à parede, ele seguiu com as ameaças. “Vou encher de tiros a sua cabeça, vou te matar e vou matar sua mãe”, teria dito o parlamentar.
Da Cunha também quebrou os óculos e destruiu roupas da nutricionista. Betina ainda descreveu à Polícia o comportamento agressivo do deputado com a ex-companheira. A nutricionista solicitou medida protetiva.