Deputados que compõem a CPI das Associações Militares na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) aprovaram nesta terça-feira (31) um requerimento que convida, pela segunda vez, o presidente da Associação dos Profissionais de Segurança (APS), Cleyber Araújo, para depor ao colegiado como testemunha.
Os parlamentares avaliam que há inconsitências no primeiro depoimento e esperam "sanar" dúvidas em torno, por exemplo, da contratação de um escritório de advocacia por R$ 400 mil na época do motim da PM, em 2020.
A participação do polícial militar Cleyber Araújo, em março, causou tensão durante a sessão. Entre as questões levantadas pelo relator Elmano Freitas (PT), estavam a participação da APS em atividades que poderiam ter relação com a paralisação da PM, atuação de políticos nesse processo e saques de dinheiro na "boca do caixa" um dia antes do motim.
O requerimento aprovado por unanimidade nesta terça-feira é de autoria do deputado Marcos Sobreira (PDT), membro titular da CPI, que justificou o pedido.
"Alguns fatos nós entendemos que precisam ser melhor esclarecidos. Vimos um leque de documentações e fatos novos e entendemos por bem fazer um novo convite para o Cleyber prestar novos esclarecimentos", justificou o parlamentar.
Além disso, os parlamentares devem se debruçar em uma questão levantada no primeiro depoimento de Cleyber Araújo, quando o presidente da APS foi questionado sobre a contratação de um escritório de advocacia no valor de R$ 400 mil.
"Não só essa questão como outras precisam ser melhor esclarecidas até que o relator possa embasar o processo. Mas há também outras temáticas que a gente precisa esclarecer", conclui o deputado.
A CPI investiga se esse recurso pode ter sido utilizado para financiar as mobilizações dos policiais em 2020.
Procurada através da assessoria, a APS respondeu que "tudo indica que" o presidente Cleyber Araújo irá comparecer à comissão na semana que vem.
Renovação do prazo
Iniciada em agosto do ano passado, a CPI das Associações tinha prazo regimental previsto para encerrar em dezembro de 2021, mas teve pedido de renovação aprovado, reiniciando em fevereiro de 2022.
Com a primeira renovação, o último dia de investigação teria de ser nesta quarta-feira (1). O presidente Salmito Filho (PDT), no entanto, fez um novo pedido que renova os trabalhos por mais 120 dias. A avaliação, no entanto, é de que a CPI se encerre antes disso.
"A renovação de prazo é para concluir a fase final. Já tivemos uma primeira fase muito importante para colher informações, a segunda fase de ouvir e visitas, e agora a fase final para fechar, e o deputado apresentar o relatório para, na sequência, deliberarmos", destacou o parlamentar.