Jair Bolsonaro (PL), presidente e candidato à reeleição, declarou para empresários e lideranças do setor de comércio e serviços — nesta terça-feira (30) — que vai "evitar" novos concursos públicos a partir de 2023, caso seja reeleito.
Segundo o presidente, em debate promovido pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços, o objetivo de parar com novos concursos é "proteger o servidor" da ativa.
Vamos evitar concursos públicos até para proteger atuais servidores. Muitos jovens ficam chateados, mas a máquina está no seu limite.
O candidato à reeleição também colocou a responsabilidade da aprovação de uma reforma a respeito do tema sob o poder Legislativo, mas disse que ano que vem pretende discutir reajustes salariais para determinadas categorias, como para a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Presidente fala de relação do Pix e bancos
Ainda em discurso, Jair Bolsonaro também mudou a fala sobre o impacto da implementação do Pix em relação ao faturamento dos bancos. Agora, na versão dele, as instituições financeiras "não perderam nada".
"São mais de 1 bilhão de movimentações por mês, são mais de 100 milhões de pessoas que estão com o Pix. Eu considero uma coisa revolucionária. Os bancos não perderam quase nada com isso aí porque ganharam 6 milhões de contas, e os bancos têm mecanismo para fazer com que seu lucro não diminua. Ninguém quer interferir em banco", disse.
A declaração de hoje entra em contraste com os ataques que ele fez à Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) quando a entidade assinou documento em favor do Estado democrático de Direito, em 28 de julho.
"Você pode ver, esse negócio de carta aos brasileiros, à democracia, os banqueiros estão patrocinando. É o Pix que eu dei paulada neles, os bancos digitais que nós facilitamos", declarou ele a apoiadores aglomerados no cercadinho do Palácio da Alvorada, em 28 de julho. "Estamos acabando com o monopólio dos bancos. Eles estão perdendo poder. Carta pela democracia. Qual ameaça que eu estou oferecendo para a democracia?", disse o presidente na época.