Requerimentos da oposição dominam CPI das Fake News

A comissão investiga a disseminação de notícias falsas nas eleições presidenciais do ano passado. Adversários tentam usar a CPI para encontrar irregularidades na campanha que elegeu Bolsonaro

Escrito por Estadão Conteudo ,
Legenda: O único requerimento de um governista aceito até agora foi apresentado pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO), novo líder do governo no Senado
Foto: Câmara dos Deputados

Foco de preocupação do governo Jair Bolsonaro, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Fake News tem sido dominada pela oposição. Dos 92 pedidos aprovados no colegiado desde seu início, em setembro, 85 tiveram como autor parlamentares do PT, PSB ou PDT.

O único requerimento de um governista aceito até agora foi apresentado pelo senador Eduardo Gomes (MDB-TO), novo líder do governo no Senado. Ele pediu uma audiência pública com especialistas e representantes de Google, Facebook e Twitter. Nesta quarta-feira, 23, o colegiado deve votar a convocação de assessores da Presidência ligados ao vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente.

A comissão investiga a disseminação de notícias falsas nas eleições presidenciais do ano passado. Adversários tentam usar a CPI para encontrar irregularidades na campanha que elegeu Bolsonaro. Na lista de pedidos aprovados está a convocação de representantes de empresas que prestaram serviços ao então candidato do PSL, como a AM4 Brasil.

A ofensiva de opositores deve ganhar força após a ex-líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), apontar a ligação de filhos de Bolsonaro com uma rede organizada para espalhar fake news e atacar adversários. As declarações da deputada foram dadas durante entrevista, na segunda-feira, 21, ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Entre os pedidos que estão na pauta da reunião marcada para esta quarta está a convocação dos assessores da Presidência da República Tercio Arnaud Tomaz, José Matheus Salles Gomes e Mateus Matos Diniz, nomes ligados a Carlos, o "zero dois" do presidente, que comandou a estratégia de comunicação da campanha do pai no ano passado. Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o núcleo formado pelos três tem forte influência sobre o presidente e é conhecido por integrantes do governo como "gabinete do ódio".

"O tema fake news atinge o centro do governo. Isso não vem da minha boca, vem inclusive de membros do PSL, como a deputada Joice Hasselmann", afirmou o deputado Tulio Gadelha (PDT-PE), integrante da comissão. Um convite para Joice ser ouvida na CPI, apresentado pelo senador Rogério Carvalho (PT-SE), também será analisado nesta quarta.

"Não tivemos sucesso com os requerimentos porque não apresentamos quase nada ainda. Amanhã (quarta) colocamos 40 requerimentos na pauta", disse Filipe Barros (PSL-PR). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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