Pré-candidatos de oposição intensificam articulação para alianças

A menos de um mês para início das convenções, partidos se movimentam para definir posicionamentos: se lançarão candidatura própria ou vão compor alianças. Na oposição, pré-candidatos tentam união de legendas

Escrito por Letícia Lima ,
Legenda: Movimento Eleições Limpas foi lançado nesta segunda-feira (3): apartidário, o evento reuniu majoritariamente líderes de oposição
Foto: Fabiane de Paula

A menos de um mês para o início das convenções partidárias - entre os dias 31 de agosto e 16 de setembro -, quando serão definidos os nomes que disputarão as eleições deste ano, partidos intensificam diálogos para a formação de alianças. Na oposição, pré-candidatos a prefeito tentam fazer uma frente na disputa na Capital e em outros municípios.

Um evento realizado, nesta segunda-feira (3), na Assembleia Legislativa, para lançamento de um movimento chamado Eleições Limpas, reuniu representantes de partidos de oposição na Capital, vários deles pré-candidatos à Prefeitura, em um demonstrativo da tentativa de união do campo para as disputas municipais.

O deputado federal Capitão Wagner (Pros), um dos que encabeçaram o evento, está na corrida em busca de partidos maiores que o apoiem na disputa pela Prefeitura de Fortaleza. Até o momento, oito partidos compõem o arco de aliança: PTC, Podemos, PL, Republicanos, Avante, PSC, PMN e PMB.

Essas siglas, no entanto, não somam muito tempo de propaganda em rádio e TV, uma vez que a distribuição é feita de acordo com o número de deputados federais eleitos no último pleito, sem contar o fundo partidário menor.

Na tentativa de aglutinar partidos maiores que possam garantir mais estrutura na disputa, Capitão Wagner está de olho em siglas como PSL, PSDB e MDB. As conversas com esses partidos ainda não avançaram, mas o parlamentar minimiza eventual falta de acordo. "Já estou tranquilo em relação ao que a gente construiu", afirma. "Já temos oito (partidos). Há perspectiva de conversa com mais quatro e acho que podemos fechar com pelo menos dois", afirma.

O PSL, por sua vez, está dando cada vez mais indicativos de que seguirá rota própria nas eleições em Fortaleza. O presidente da legenda no Ceará, deputado federal Heitor Freire, mantém a sua pré-candidatura e está avançando nas tratativas com outras siglas.

Ele iniciou diálogos com as cúpulas nacional e local do Patriota e do PRTB. Os dois partidos são da base aliada ao prefeito Roberto Cláudio (PDT). O parlamentar não descarta aliança com Capitão Wagner, mas avisa que se pontuar mais de 1% em pesquisas internas pode ir para a disputa.

"A gente está conversando com o PRTB a nível nacional e local. Temos avançado em algumas conversas e o PSL tem grande afinidade com PRTB, não é à toa que foi PSL e PRTB nas últimas eleições. E também com o Patriota, um partido com pautas patrióticas, de direita", conta.

Outras siglas

O MDB, comandado pelo ex-senador Eunício Oliveira, também sonda aliança com outros partidos em Fortaleza, não só o Pros. O PT também está no radar. Já houve conversas com lideranças da sigla petista sobre a possibilidade. Em paralelo, o partido cogita lançar candidatura própria, uma tese amplamente defendida por setores do MDB.

O PSDB também é um partido sondado pela oposição para compor aliança, mas a cúpula tucana vive um impasse em Fortaleza: ainda não descartou o lançamento da pré-candidatura do ex-deputado Carlos Matos e trabalha a possibilidade de aliança com o grupo governista.

Sobre o impasse no partido, o deputado federal Roberto Pessoa (PSDB), pré-candidato à Prefeitura de Maracanaú, diz que a situação é compreensível, porque a sigla é cobiçada. No entanto, ele é claro e diz que vai apoiar Capitão Wagner na Capital.

"O Carlos Matos é um grande cidadão, competente quadro, mas eu já perdi muito, já votei muitas vezes em candidato 'carolina': um, um, um (%), então não vou mais cair nessa. Vou apoiar Capitão Wagner e já falei com o Tasso e ele me liberou", diz.

Capitão Wagner vai apoiar Roberto Pessoa na disputa em Maracanaú. Segundo o parlamentar, ele tem uma média de 17 partidos no seu arco de aliança. "As convenções vão definir. O nosso grupo político tem 20 vereadores dos 21 e vamos trabalhar, porque voto não empanzina".

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