Novo líder do Governo no Congresso vê consenso sobre reformas

Senador Eduardo Gomes (MDB-GO) assume função de Joice Hasselmann e destaca que o Poder Legislativo deve analisar as reformas estruturais, como a tributária e a administrativa, no primeiro semestre de 2020

Escrito por Redação , politica@verdesmares.com.br
Legenda: Senador Eduardo Gomes (MDB-TO) vê consenso parlamentar sobre reformas
Foto: Foto: Agência Senado

O novo líder do Governo Bolsonaro no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), que substitui a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) na função, expressou, ontem, otimismo quanto ao andamento das reformas estruturais no Congresso Nacional, apesar da crise interna do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro.

Joice foi destituída da liderança após ter assinado uma lista apoiando o Delegado Waldir (GO) para ser líder do PSL na Câmara, enquanto Bolsonaro tenta emplacar seu filho do meio, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP), no posto.

Ele enxerga um consenso se formando entre os parlamentares a favor de “reformas estruturais”. O senador afirmou que há “números fortes” para aprovar propostas de grande porte, que devem se estender para 2020.

“Junto com o benefício da reforma da Previdência, que é a recuperação da economia, outras medidas importantes serão cobradas pela população para criar um ambiente de crescimento”, disse Gomes. “O calendário não se esgota neste ano, acredito que vamos ter trabalho também no primeiro semestre do próximo”, afirmou o senador.

Reformas grandes como a tributária, a administrativa e a complementação da reforma da Previdência (PEC 133) devem ser analisadas nos próximos meses. 

Gomes ponderou que ainda não há uma ordem definida para abordar cada um desses temas, e que isso vai depender da disposição que o Congresso seguir apresentando.
“A próxima reforma vai depender dos presidentes da Câmara e do Senado, que fazem a pauta, e da percepção dos líderes. A visão majoritária de prioridade só fica consistente depois. Mais do que isso, seria tentar adivinhar”, comentou o novo líder do Governo no Congresso Nacional.

O foco da articulação em 2019, destacou Gomes, será terminar a votação da reforma da Previdência no Senado, prevista para a próxima semana, e concluir a avaliação do Orçamento de 2020. “Vamos ter de entrar o ano (de 2020) afinado. É um ano difícil, de eleição municipal. Eu acredito que este ano (2019) é Orçamento e reforma da Previdência”, afirmou.

Com a indicação de Gomes, o MDB passa a chefiar duas das três lideranças do Governo Bolsonaro no Legislativo - a única exceção é a liderança na Câmara, exercida pelo deputado Vitor Hugo (PSL-GO). 

O MDB também ocupa um ministério de Bolsonaro: o da Cidadania, chefiado pelo deputado licenciado Osmar Terra. Para Gomes, esse quadro não significa necessariamente um alinhamento do partido com a gestão de Bolsonaro. 

O senador afirmou que a prioridade do MDB é se identificar com “políticas públicas fortes”, e que a legenda passa por um processo de renovação. Segundo ele, ainda não há questão fechada sobre onde o MDB se localiza em relação ao Governo.

“Nisso, estamos submetidos à deliberação do partido, que vai ocorrer no momento adequado. Essas decisões serão tomadas com os governadores, os prefeitos de capitais e os líderes”, disse o senador.

Perfil

Gomes está no primeiro mandato como senador, que conquistou em 2018, como o mais votado de Tocantins. 

Antes disso, foi deputado federal por três mandatos. É a primeira vez, desde 2011, que o MDB lidera o Governo em duas frentes no parlamento. 

Naquele ano, o ex-deputado Mendes Ribeiro Filho (RS) passou pouco mais de um mês na liderança no Congresso, enquanto o ex-senador Romero Jucá (RR) ocupava a liderança no Senado Federal. 

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