Na Bahia, Bolsonaro condena 'obras eleitoreiras'

Após a crise com governadores, presidente faz segunda visita oficial ao Nordeste e declara seu amor à região

Escrito por Redação ,
Legenda: Bolsonaro usou chapéu de vaqueiro e até levou ao palco um homem com nanismo: "Abraço para os nordestinos e um beijo para as nordestinas"
Foto: Foto: PR

Jair Bolsonaro tentou, nesta terça-feira, encerrar a crise aberta, na sexta-feira passada, com os governadores do Nordeste, após a divulgação do vídeo em que ordena um boicote ao gestor do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), usando o termo pejorativo "paraíba". O presidente declarou, ontem, que ama o Nordeste, durante sua segunda viagem oficial à região, no interior da Bahia - a primeira foi a Pernambuco em maio.

Como presidente, ele ainda não esteve no Ceará, que abriga as sedes do Banco do Nordeste, do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e terceiro Estado mais populoso da região.

"Eu amo o Nordeste. Afinal de contas, a minha filha tem em suas veias sangue de cabra da peste. Cabra da peste de Crateús, o nosso estado mais para cima, o nosso Ceará", declarou, nesta terça-feira, Bolsonaro, durante ato de inauguração do aeroporto Glauber Rocha, em Vitória da Conquista (BA).

Sobre as obras paralisadas, o presidente abordou o tema com uma promessa. Ele disse que não vai deixar mais obras paradas no País, mas afirmou que não vai aplicar recursos no que considera projetos com fins eleitorais.

"Obras eleitoreiras não aconteceram mais a partir do meu Governo", garantiu.

Na véspera, o Governo Federal anunciou um bloqueio adicional de R$ 1,4 bilhão no Orçamento e revisou a previsão de crescimento da economia de 1,6% para 0,8%.

Sem dinheiro

Falando a apoiadores que o aguardavam confinados numa espécie de comício do lado de fora do aeroporto, o presidente admitiu "dificuldades" da economia.

"Nosso Governo não tem muitos recursos. O Brasil está com dificuldades, mas o pouco que temos muito bem empregaremos", disse Bolsonaro, usando no palanque um chapéu de vaqueiro.

Na Bahia, Bolsonaro falou para um público de 600 pessoas, formado apenas por autoridades, dentro do saguão do aeroporto. Depois, do lado de fora, falou por três minutos para moradores da cidade.

Caravanas de apoiadores do presidente de cidades da região foram acompanhar o ato.

Um grupo de cerca de 20 manifestantes, parte deles ligados à União Nacional dos Estudantes (UNE), protestou contra o presidente, mas optou por ficar do lado de fora do aeroporto. Houve troca de provocações com bolsonaristas, mas sem conflitos.

Segundo pesquisa Datafolha do início deste mês, a região Nordeste é a que menos aprova e mais rejeita o governo Bolsonaro, com 41% de avaliação ruim ou péssima e 25% de ótimo ou bom.

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