Ministro promete entregar relatório sobre antifascistas

André Mendonça foi sabatinado por comissão mista do Congresso

Escrito por Redação ,
Legenda: André Mendonça, ministro da Justiça, foi defendido, durante sabatina, pelo deputado Eduardo Bolsonaro
Foto: Agência Brasil

O ministro da Justiça, André Mendonça, disse a deputados e senadores que entregará a eles os relatórios que estão no centro de uma polêmica sobre suposto monitoramento de servidores que se declararam antifascistas. O ministro foi sabatinado, nesta sexta-feira (7), durante três horas e meia, por parlamentares da Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência.

A audiência foi sigilosa, o que frustrou parlamentares da oposição que consideraram que o ministro foi blindado por aliados do Governo. Na audiência, Mendonça foi defendido por integrantes do colegiado, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Há duas semanas, o portal UOL revelou a existência de relatório de inteligência produzido pela Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça (Seopi), subordinada à Pasta, sobre 579 pessoas identificadas com grupo antifascista. Segundo relatos de participantes, Mendonça disse que, ao entregar os documentos, os congressistas teriam a oportunidade de ver que não há nada de "irregular". Na tentativa de mostrar que esses relatórios são uma praxe da Pasta, ele deu exemplos de outros materiais de monitoramento produzidos por outros governos.

Líder da minoria no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que as respostas "não foram satisfatórias". "Estou mais do que convencido de que o Governo atuou indevidamente com prática de espionagem política em relação a opositores do Governo", disse, sem detalhar a audiência.

Legalidade

Em nota, o ministro disse que, na reunião, "destacou que o trabalho, iniciado inclusive antes da minha gestão, se baseia em princípios de legalidade, impessoalidade, segregação da informação e sigilo".

"A atividade de inteligência não é atividade de investigação. Os esclarecimentos prestados não deixam dúvidas de que meu trabalho à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública tem se pautado pelos princípios do Estado Democrático de Direito", disse.

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