Lava Jato do Rio apurava ligação de Temer com contrato milionário da Eletronuclear

A PGR sustenta que uma das empresas contratadas para a construção da usina de Angra 3 pertence ao ex-presidente

Escrito por FolhaPress/Agência Brasil ,
Legenda: Michel Temer foi preso nesta quinta-feira (21) por ordem do juiz Marcelo Bretas
Foto: Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A 7ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio, sob responsabilidade do juiz Marcelo Bretas, vinha apurando um contrato milionário da Eletronuclear para a construção da usina de Angra 3, que foi paralisado devido a suspeitas levantadas pela Lava Jato. O contrato, de R$ 162 milhões, foi firmado pela multinacional AF Consult, que subcontratou a AF Consult do Brasil, que por sua vez tem a Argeplan em seu quadro societário.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) sustenta que a empresa, que tem como um de seus sócios o coronel João Baptista Lima Filho, pertence de fato ao ex-presidente Michel Temer.

Ao lado da Argeplan, a empreiteira Engevix também foi subcontratada para a obra. Em 2016, um dos donos da Engevix, José Antunes Sobrinho, tentou, sem sucesso, fechar um acordo de delação com o Ministério Público. Ele relatou que o coronel Lima cobrou dele R$ 1 milhão para a campanha de Temer em 2014, em contrapartida à subcontratação da empreiteira.

Prisão

O ex-presidente Michel Temer foi preso nesta quinta-feira (21) alvo da Operação Descontaminação que investiga desvios na Eletronuclear. Ao todo, foram expedidos oito mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 24 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em São Paulo, no Paraná e Distrito Federal.

De acordo com nota da PF, "a investigação decorre de elementos colhidos nas Operações Radioatividade, Pripyat e Irmandade, deflagradas anteriormente e, notadamente, em razão de colaboração premiada firmada pela Polícia Federal.

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