"Há lealdades maiores do que as pessoais", diz Moro após Bolsonaro chamá-lo de Judas

O ex-ministro prestou depoimento neste sábado (2) à Polícia Federal em Curitiba devido às suas acusações contra Bolsonaro ao pedir demissão do governo.

Escrito por Redação ,
Legenda: Ao pedir demissão, Moro fez acusações contra o presidente Jair Bolsonaro
Foto: Foto: Agência Brasil

O ex-ministro Sergio Moro escreveu neste domingo (3), em seu perfil pessoal no Twitter, um dia após ser chamado de "Judas" pelo presidente Jair Bolsonaro, que "há lealdades maiores do que as pessoais".

Na manhã de sábado, Bolsonaro publicou um vídeo sobre as suspeitas em relação ao mandante da facada que levou na campanha de 2018. "Os mandantes estão em Brasília?", escreveu. "O Judas, que hoje deporá, interferiu para que não se investigasse?", disse Bolsonaro, citando o depoimento que Moro prestaria na tarde deste sábado (02) à Polícia Federal sobre as acusações que fez contra o presidente ao sair do Executivo.

Moro concluiu seu depoimento no prédio da PF em Curitiba na noite passada após ficar mais de oito horas no local. Ele foi ouvido no inquérito que apura as acusações que fez, de tentativa de interferência política na corporação.

Durante a manhã, a entrada do prédio da PF virou palco de protestos, com grupos em apoio ao ex-juiz da Lava Jato e outros a favor de Bolsonaro. O ex-ministro chegou ao local por volta das 13h15, mas entrou pelos fundos, frustrando a expectativa de manifestantes. O depoimento começou por volta das 14h e acabou perto das 22h.

Moro acabou saindo do edifício apenas por volta da 0h20 de domingo (3), sem falar com a imprensa. Além de reiterar as acusações feitas ao saír do governo, Moro disse que apresentaria novas provas do que havia afirmado sobre a tentativa de ingerência de Bolsonaro na Polícia Federal.

O presidente, disse ele ao pedir demissão, queria a troca de comando para ter acesso a investigações em andamento.

O inquérito em que o ex-ministro prestou depoimento foi aberto a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, e corre sob relatoria do ministro Celso de Mello, decano da Corte. Tanto Moro quanto Bolsonaro são investigados. O ex-ministro é investigado por suposta denunciação caluniosa e crime contra a honra.

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