Farra das Vassouras: Câmara de Juazeiro do Norte absolve vereador afastado pela Justiça

Legenda - Vereador Antônio de Lunga teve mandato mantido pela Câmara de Juazeiro do Norte. Treze dos 20 vereadores que compareceram à sessão de ontem votaram pela cassação do parlamentar. Eram precisos, no entanto, 14 votos.
Ele, juntamente com o tesoureiro do legislativo, Ronnas Motos (PMDB), também afastado da função por determinação da juíza Ana Raquel Colares dos Santos, é investigado pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MP-CE) por suspeita de fraudar processos licitatórios para compra exagerada de material de limpeza. O caso ficou conhecido como 'escândalo das vassouras'.
Do material adquirido pela compra autorizada por Antônio de Lunga constavam cerca de 4 mil vassouras; 2,5 toneladas de sabão; 2, 5 mil caixas de fósforo, 312 unidades de óleo de peroba, 33,6 mil unidades de lã de aço, entre outros produtos.
Dos 21 parlamentares que formam a atual legislatura em Juazeiro do Norte, apenas a vereadora Maria de Fátima Ferreira Torres não compareceu a sessão de julgamento do pedido de cassação de Antônio de Lunga, apresentado pelo relator da Comissão Processante, vereador Tarso Magno, no final da semana passada.
O resultado da votação do pedido de cassação surpreendeu aos populares que acompanharam a sessão nas galerias da Câmara. Dos vinte vereadores que participaram da votação, treze manifestaram voto favorável à cassação, enquanto que 7 parlamentares votaram pela manutenção do mandato do parlamentar investigado. Para que Antônio de Lunga perdesse o mandato, eram necessários 14 votos favoráveis à cassação.
Mesmo com a decisão da Câmara, Antônio de Lunga continuará impedido de retornar ao Legislativo do município. Na última segunda-feira (02), o juiz da 2ª Vara Cível de Juazeiro do Norte, Guccio Carvalho Coelho, decidiu acatar pedido apresentado pelo MP-CE expedindo nova liminar em desfavor aos vereadores Antônio de Lunga e Ronnas Motos.
Ambos permanecerão afastados da vereança por um período de mais noventa dias 90 dias. Também foi determinado o bloqueio de bens dos vereadores investigados e, ainda, a devolução de todo o dinheiro desviado através de notas fiscais frias apresentadas na tentativa de burlar as investigações.